Você vive com a cabeça cheia, preocupando-se com tudo, o tempo todo, e sente que não consegue relaxar nem por um minuto? Talvez isso não seja apenas estresse. O transtorno de ansiedade generalizada (TAG) é uma condição reconhecida pela CID-11, a nova Classificação Internacional de Doenças da OMS, como um transtorno mental que vai muito além do nervosismo comum.
Neste artigo, vamos conversar de forma clara e direta sobre o TAG segundo a CID-11: o que é, como ele aparece, como é diagnosticado e quais são os caminhos de tratamento indicados por especialistas.
Você vai entender a diferença entre uma ansiedade normal e uma ansiedade que adoece, descobrir como o contexto social pode agravar os sintomas e conhecer os tipos de cuidado que realmente funcionam, com base em evidências científicas e acolhimento humano.
- Entenda, com palavras simples, como o TAG é visto pela CID-11;
- Aprenda a identificar sinais importantes no seu corpo e mente;
- Conheça os tratamentos que funcionam de verdade, segundo a ciência;
- Descubra caminhos gratuitos ou acessíveis para buscar ajuda;
- Sinta-se mais seguro para cuidar da sua saúde mental ou apoiar alguém próximo.
O que é a CID-11?
A CID-11 é uma lista enorme, feita pela Organização Mundial da Saúde, que serve para dar nome e número a todo tipo de doença, inclusive os problemas de saúde mental, como a ansiedade.
Com ela, os profissionais do mundo inteiro falam a mesma “língua médica” e evitam confusões nos diagnósticos e tratamentos.
Entendendo sem complicar
Pense na CID-11 como um grande dicionário internacional das doenças. Ela diz como identificar e registrar o que a pessoa tem. Foi feita pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e é usada por médicos, terapeutas, enfermeiros e até sistemas de saúde pública.
A sigla CID significa Classificação Internacional de Doenças. E o número 11 mostra que esta é a décima primeira versão, atualizada com tudo o que a ciência descobriu de novo nos últimos anos. A ideia é garantir que todos falem da mesma coisa quando usam o nome de uma doença.
A CID-11 levou mais de 10 anos para ficar pronta e foi escrita com a ajuda de profissionais de mais de 120 países!
E o que isso tem a ver com saúde mental?
Antes da CID-11, muitos transtornos mentais eram vistos com preconceito, ou nem tinham nome certo. Hoje, problemas como ansiedade, depressão e até vícios têm códigos próprios, o que ajuda no diagnóstico correto.
Veja um exemplo prático:
Transtorno | Código CID-11 |
---|---|
Transtorno de ansiedade generalizada | 6b00 |
Depressão | 6a70 |
Transtorno de Pânico | 6b01 |
Assim, quando um psicólogo escreve 6b00 no prontuário, outro profissional em outro país sabe exatamente do que se trata. Isso facilita o tratamento e até os relatórios para o INSS, planos de saúde ou escolas.
Não é só papelada: a CID ajuda vidas
A CID-11 também ajuda a:
- Evitar erros de diagnóstico.
- Organizar os dados de saúde pública (como saber quantas pessoas estão com TAG no Brasil).
- Criar políticas de saúde que tragam mais psicólogos para postos de saúde, por exemplo.
Além disso, a CID-11 é digital e usada no celular ou computador. Isso ajuda muito quem atende em locais distantes ou sem papelada.
Já que a CID-11 é tão importante…
Vamos ver como ela descreve a ansiedade? O próximo passo é entender como a CID-11 descreve exatamente o transtorno de ansiedade generalizada, com todos os detalhes.
Transtorno de ansiedade generalizada (TAG): definição na CID-11
Segundo a CID-11, o transtorno de ansiedade generalizada (TAG) é quando a pessoa sente uma preocupação constante, exagerada e difícil de controlar por semanas ou meses. Isso vem junto de sintomas como tensão, cansaço, dificuldade de concentração e problemas pra dormir.
Uma mente inquieta, todos os dias
Imagine viver com a cabeça cheia de preocupações… o tempo todo! Não é só em véspera de prova ou esperando uma notícia importante. No TAG, a ansiedade vira companhia diária, mesmo quando não há motivo claro.
De acordo com a CID-11, o TAG é caracterizado por:
- Preocupações excessivas sobre várias áreas da vida (trabalho, saúde, família);
- Sensação constante de que algo ruim pode acontecer;
- Dificuldade em controlar os pensamentos ansiosos;
- Sintomas físicos, como dor muscular, fadiga e insônia.
A CID-11 descreve o TAG como uma ansiedade de base ampla, que não se limita a uma situação específica, diferente de outras fobias, por exemplo.
O que a CID-11 exige para dar o diagnóstico?
Pra ser considerado TAG, a CID-11 aponta alguns critérios importantes:
- Duração: Os sintomas precisam durar várias semanas seguidas, normalmente mais de seis meses;
- Impacto: A ansiedade deve prejudicar o funcionamento da pessoa, seja no trabalho, nas amizades, no sono ou nos relacionamentos.
- Intensidade: A preocupação é intensa, muito maior do que o necessário para a situação;
- Abrangência: Os medos e pensamentos não se limitam a um único tema. É uma “chuva” de preocupações!
Como o corpo e a mente reagem?
O TAG mexe com tudo: cabeça, coração e músculos. Veja abaixo os sinais mais comuns:
- Sintomas mentais:
Preocupações constantes; medo de que tudo dê errado; dificuldade de concentração. - Sintomas físicos:
Tensão muscular; fadiga; tremores; problemas para dormir; suor excessivo. - Comportamentos:
Evita responsabilidades; tem dificuldade em tomar decisões; está sempre esperando “o pior“.
E agora, como saber se é TAG mesmo?
Calma! Na próxima seção vamos ver como os profissionais usam esses critérios na prática, e o que eles observam antes de fechar o diagnóstico.
Critérios diagnósticos do TAG
Para a CID-11, o diagnóstico de transtorno de ansiedade generalizada (TAG) só é dado quando o profissional percebe que a pessoa está sofrendo com preocupações excessivas há semanas, e que isso atrapalha muito a vida dela.
É preciso observar o tempo, a intensidade, os sintomas físicos e mentais, e o impacto na rotina.
Não é qualquer ansiedade: tem que preencher alguns requisitos
Nem toda pessoa ansiosa tem TAG. Às vezes, é só uma fase difícil. Por isso, a CID-11 deixa bem claro o que deve ser observado para fechar o diagnóstico. O profissional (terapeuta ou médico) faz perguntas, escuta relatos e analisa com atenção.
Os critérios obrigatórios são:
- A ansiedade aparece na maioria dos dias;
- Dura pelo menos várias semanas seguidas (geralmente 6 meses ou mais);
- A pessoa se preocupa com muitas coisas ao mesmo tempo;
- As preocupações são difíceis de controlar;
- Há sofrimento emocional ou dificuldade para funcionar no dia a dia.
A CID-11 orienta que o diagnóstico só seja dado quando não há outra causa mais provável, como efeito de remédio ou outro transtorno mental.
O que mais o profissional observa?
Além do que a pessoa fala, o profissional também presta atenção nos sinais do corpo e da fala. Veja alguns exemplos:
- A pessoa fala muito rápido ou se enrola nas palavras?
- Está com os músculos sempre tensos (ombros duros, maxilar apertado)?
- Pula de assunto em assunto, cheia de preocupações diferentes?
- Evita situações simples com medo de que algo dê errado?
Essas pistas ajudam a confirmar que não é só uma preocupação normal, mas sim um transtorno que precisa de tratamento adequado.
Tem diferença entre TAG e outras ansiedades?
Sim! A CID-11 separa o TAG de outros transtornos parecidos:
Leia também
Transtorno | Foco da preocupação |
---|---|
TAG | Tudo ao mesmo tempo |
Transtorno de pânico | Medo de crises físicas (ataques de pânico) |
Fobia social | Medo de julgamento em público |
Fobia específica | Medo de algo específico (avião, altura…) |
E o que acontece depois do diagnóstico?
Na próxima seção, você vai descobrir como a CID-11 e o DSM-5 descrevem o TAG, e por que isso faz diferença na hora do tratamento.
Diferenças entre TAG na CID-11 e no DSM-5
Tanto a CID-11 quanto o DSM-5 ajudam os profissionais a diagnosticar o TAG, mas cada um tem seu jeitinho de descrever o transtorno. E sim, essas diferenças influenciam no diagnóstico e até no tratamento:
- A CID-11 é mais usada no mundo todo, inclusive no Brasil;
- O DSM-5 é mais comum nos Estados Unidos.
Dois manuais, um objetivo: entender o sofrimento
A CID-11 é da Organização Mundial da Saúde (OMS) e serve para todas as doenças, não só mentais. Já o DSM-5 foi criado pela Associação Americana de Psiquiatria e foca só nos transtornos mentais.
No caso do TAG, os dois manuais falam basicamente das mesmas coisas: preocupação constante, sintomas físicos, dificuldade de controlar a ansiedade… Mas a forma de organizar e nomear isso é um pouco diferente.
O Brasil usa oficialmente a CID-11 no SUS e nos atestados médicos. Mas muitos terapeutas e psiquiatras consultam também o DSM-5 como apoio.
As principais diferenças, na prática
Pra facilitar, olha só essa tabela:
Característica | CID-11 | DSM-5 |
---|---|---|
Nome do transtorno | Transtorno de ansiedade generalizada (TAG) | O mesmo |
Duração mínima dos sintomas | “Várias semanas” (geralmente 6 meses) | 6 meses obrigatórios |
Foco do diagnóstico | Impacto funcional e sofrimento | Número exato de sintomas físicos |
Organização geral | Transtornos mentais junto com os físicos | Só transtornos mentais |
Uso principal | Global (OMS) – SUS, escolas, laudos | Clínico – usado por psiquiatras dos EUA |
Código do TAG | 6b00 | 300.02 (F41.1 na CID-10 correspondente) |
Como você pode ver, a CID-11 é mais flexível e centrada na vida da pessoa. Já o DSM-5 tem um jeitão mais engessado, com listas e quantidades mínimas de sintomas.
E o que isso muda no dia a dia?
Muda mais do que parece!
- Um terapeuta do SUS, por exemplo, usa a CID-11 no prontuário, até pra justificar afastamento do trabalho.
- Já um psiquiatra particular usa o DSM-5 como referência na escolha de medicamentos.
O importante é que ambos os sistemas se complementam, e nenhum exclui o outro.
Na próxima parte, vamos descobrir quais outros transtornos costumam aparecer junto com o TAG, e como o profissional faz pra diferenciar um do outro.
Comorbidades e diagnósticos diferenciais
Segundo a CID-11, o transtorno de ansiedade generalizada (TAG) raramente anda sozinho. Ele costuma vir acompanhado de outros transtornos, o que chamamos de comorbidades. Além disso, ele pode ser confundido com outros problemas parecidos. Por isso, o diagnóstico precisa ser cuidadoso.
Quando o TAG não é o único visitante
Imagine que o TAG é um inquilino chato. A má notícia? Ele costuma trazer amigos junto. A CID-11 explica que pessoas com TAG frequentemente apresentam outros transtornos, o que piora os sintomas e confunde a cabeça (e o diagnóstico).
Os mais comuns são:
- Depressão (sentimentos de tristeza profunda, falta de energia);
- Transtorno de Pânico (crises súbitas de medo com sintomas físicos intensos);
- Fobia social (medo exagerado de interagir ou ser julgado);
- Transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) (pensamentos repetitivos e rituais compulsivos);
- Transtorno do sono (insônia persistente e não explicada só pela ansiedade).
Mais de 60% das pessoas com TAG também têm outro transtorno mental associado.
Diagnóstico ou confusão?
Muitos sintomas do TAG se parecem com outros transtornos. Por isso, o profissional precisa analisar com cuidado e tempo. A CID-11 recomenda observar o contexto, a duração, os gatilhos e o impacto na vida da pessoa.
Veja as principais confusões:
Pode parecer… | Mas o diferencial é… |
---|---|
Transtorno de pânico | O pânico vem em crises súbitas, o TAG é mais contínuo. |
TOC | No TOC há rituais ou manias repetitivas. |
Depressão | A depressão domina o humor, o TAG domina os pensamentos. |
Fobia social | Medo só em situações sociais, o TAG é mais geral. |
E quando é físico, não mental?
Nem sempre o problema está na cabeça. Sintomas como dor no peito, tremores e insônia podem ter causas médicas, como:
- Hipertireoidismo;
- Problemas cardíacos;
- Abuso de cafeína ou medicamentos.
A CID-11 orienta que, antes de dar o diagnóstico de TAG, o profissional deve descartar outras causas físicas ou efeitos de substâncias.
E como tratar tudo isso junto?
Na próxima seção, você vai descobrir como a CID-11 orienta os tratamentos para o TAG, e como lidar quando há comorbidades envolvidas.
Tratamentos recomendados pela CID-11 para o TAG
A CID-11 recomenda que o tratamento do transtorno de ansiedade generalizada (TAG) seja feito com terapia com prática baseada em evidências, e em alguns casos, com o uso de medicamentos.
O mais importante é que o cuidado seja individualizado, respeitando o que a pessoa sente, vive e acredita.
Nem sempre é remédio: a terapia é o caminho número 1
O tratamento mais indicado pela CID-11 é a terapia, principalmente a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC). Essa abordagem ajuda a pessoa a entender o que está por trás das preocupações e a modificar pensamentos e hábitos que alimentam a ansiedade.
Técnicas comuns da TCC para TAG:
- Identificação de pensamentos catastróficos;
- Treinamento em resolução de problemas;
- Exercícios de relaxamento e respiração;
- Exposição controlada a situações evitadas.
A TCC é feita individualmente, em grupo ou até online, e os resultados costumam aparecer em poucas semanas.
E quando a terapia não basta?
Em alguns casos, principalmente quando a ansiedade é muito intensa ou a pessoa também tem depressão, será necessário usar medicamentos. A CID-11 não faz uma lista de remédios, mas se baseia em diretrizes clínicas confiáveis que apontam:
Tipo de remédio | Exemplo |
---|---|
Antidepressivos ISRS | Sertralina, escitalopram |
Antidepressivos IRSN | Venlafaxina, duloxetina |
Ansiolíticos (uso por tempo curto) | Clonazepam, diazepam (com cuidado) |
Estabilizadores de humor (em casos graves) | Pregabalina, buspirona |
E os cuidados extras?
Além da terapia e dos remédios, a CID-11 valoriza o cuidado integral da pessoa, ou seja: olhar também pro estilo de vida, para os relacionamentos e para o autocuidado. Outras estratégias úteis:
- Atividade física leve e regular;
- Redução de cafeína, álcool e açúcar;
- Meditação e mindfulness;
- Boa rotina de sono;
- Grupos de apoio e convivência.
Mas qual tratamento é o certo para você?
Isso depende de você, da sua história e da gravidade dos sintomas. E é justamente por isso que a próxima seção vai falar sobre como o contexto de vida influencia o TAG, e como isso ajuda a escolher o tratamento mais adequado.
Perspectivas psicossociais: como o contexto influencia o TAG
A CID-11 reconhece que o transtorno de ansiedade generalizada (TAG) não nasce do nada. Ele é afetado pelo contexto em que a pessoa vive: suas relações, sua história, seu trabalho e até sua cultura. Ou seja, a ansiedade até começa dentro da mente, mas é alimentada por tudo ao redor.
A vida difícil pesa mais do que parece
Imagine uma panela de pressão. Cada problema, preocupação ou trauma vai somando lá dentro: pobreza, violência, desemprego, luto, falta de apoio… Quando o fogo está alto demais, a ansiedade estoura.
A CID-11 reforça que fatores psicossociais, ou seja, emocionais e sociais, devem ser considerados no diagnóstico e no tratamento. Não adianta tratar só os sintomas se a pessoa continua vivendo em meio a estresse constante.
E como isso se reflete no tratamento?
Os profissionais precisam olhar para além dos sintomas. Devem perguntar, por exemplo:
- Como é o ambiente familiar da pessoa?
- Ela sofre pressão no trabalho ou está desempregada?
- Vive em um local seguro?
- Tem rede de apoio ou se sente sozinha?
Essas respostas ajudam a escolher o melhor plano de cuidado. Em alguns casos, além da terapia, será necessário encaminhar para assistência social, grupos de apoio ou orientações jurídicas.
A cultura também influencia
O modo como a ansiedade aparece varia de cultura para cultura. Em algumas regiões, a pessoa não fala “estou ansiosa“, mas diz “estou com dor no peito“, “não consigo dormir“, “minha cabeça não para“.
A CID-11 orienta que os profissionais respeitem a linguagem, a religião e as crenças da pessoa, para que ela se sinta acolhida e compreendida, e não julgada.
Exemplo real de adaptação cultural:
Situação | Resposta sensível |
---|---|
Pessoa diz “estou com olho gordo“ | Explorar o medo e o contexto social |
Pessoa diz “é espiritual“ | Validar a crença e trabalhar o sofrimento |
E como tudo isso leva a um tratamento mais eficaz?
A próxima seção vai mostrar como o caminho do cuidado começa com o diagnóstico, mas não termina nele. Vamos falar de ações práticas, orientações e o que fazer depois do “você tem TAG“.
Perguntas frequentes
- O que é o TAG segundo a CID-11?
É um transtorno marcado por preocupações excessivas, persistentes e difíceis de controlar, que duram várias semanas e afetam a vida da pessoa. - Qual é o código do TAG na CID-11?
O código é 6B00, localizado na seção dos transtornos de ansiedade da CID-11. - Quanto tempo os sintomas precisam durar para ser TAG?
A CID-11 exige que os sintomas estejam presentes na maioria dos dias por várias semanas seguidas, geralmente por seis meses ou mais. - TAG é a mesma coisa que estresse?
Não. O estresse costuma ter uma causa identificável e passa. O TAG é mais duradouro e generalizado, sem motivo específico claro. - Quais são os sintomas mais comuns do TAG?
Preocupações constantes; tensão muscular; fadiga; irritabilidade; insônia; dificuldade de concentração. - Qual a diferença entre TAG e ansiedade normal?
A ansiedade normal é passageira e proporcional à situação. O TAG é exagerado, contínuo e interfere no funcionamento diário. - Como a CID-11 diferencia o TAG de outros transtornos?
Ela observa o tipo, duração e intensidade das preocupações, além de descartar outras causas médicas ou psicológicas. - O TAG pode acontecer junto com outros transtornos?
Sim. É comum ocorrer junto com depressão, pânico, fobia social e distúrbios do sono. - Como é feito o diagnóstico do TAG?
Por profissionais de saúde mental, com base em entrevistas clínicas, escuta ativa e critérios da CID-11. - O TAG tem cura?
Pode ser controlado com tratamento adequado, permitindo qualidade de vida. Muitos pacientes têm melhora significativa. - Qual o tratamento mais indicado pela CID-11?
Terapia com prática baseada em evidências, especialmente Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC). Em alguns casos, medicação é indicada. - Medicamentos são sempre necessários?
Não. Em muitos casos, a terapia sozinha já é eficaz. Os remédios são usados em situações moderadas a graves. - Crianças podem ter TAG?
Sim, embora o diagnóstico em crianças exija observação cuidadosa e adaptações no tratamento. - O que piora o TAG?
Fatores como estresse crônico, isolamento, má qualidade de sono, uso de estimulantes e falta de apoio emocional. - Onde posso buscar ajuda gratuita no Brasil?
Nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), postos de saúde do SUS, ou em clínicas-escola de universidades públicas e particulares.
Palavras finais
Ao longo deste artigo, exploramos o transtorno de ansiedade generalizada (TAG) à luz da CID-11, explicando como essa classificação internacional reconhece e organiza os transtornos mentais.
Também discutimos os critérios usados para diagnosticar o TAG, suas diferenças em relação ao DSM-5, como ele se manifesta no cotidiano e os fatores que influenciam seu aparecimento, como contexto social, histórico de vida e cultura.
Vimos que o TAG raramente anda sozinho: costuma vir acompanhado de outros transtornos, o que reforça a importância de uma avaliação clínica completa. O tratamento mais indicado pela CID-11 inclui terapia com prática baseada em evidências (especialmente a Terapia Cognitivo-Comportamental), podendo ser combinado com medicamentos e cuidados complementares.
Por fim, destacamos os caminhos possíveis para quem sofre com esse transtorno: desde reconhecer os sinais até buscar tratamento e manter o cuidado ao longo do tempo.
A mensagem central é simples, mas poderosa: ansiedade não é fraqueza, é saúde mental, e merece ser tratada com respeito, escuta e ciência. Com apoio adequado, é possível aliviar o sofrimento, fortalecer a resiliência e retomar a qualidade de vida.
Referências
- AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais: DSM-5. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.
- GLASZIOU, Paul; DEL MAR, Chris; SALISBURY, Janet. Evidence-Based Practice Workbook. 2. ed. Oxford: Blackwell Publishing, 2007.
- LEEN, Brendan et al. Evidence-Based Practice: A Practice Manual. Waterford: EBP Group South East, 2014. ISBN 9781908972033.
- ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. CID-11 – Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde. Genebra: OMS, 2024. Disponível em: https://icd.who.int/pt. Acesso em: 15 jul. 2025.
- O’DONOHUE, William T.; FISHER, Jane E. Practitioner’s Guide to Evidence-Based Psychotherapy. New York: Springer, 2006.
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