O transtorno de ansiedade generalizada segundo a CID 11

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Tempo de leitura: 18 minutos

O artigo explica o transtorno de ansiedade generalizada (TAG) segundo a CID-11, seus sintomas, diagnóstico, causas e tratamentos baseados em evidências.

O transtorno de ansiedade generalizada segundo a CID 11

Você vive com a cabeça cheia, preocupando-se com tudo, o tempo todo, e sente que não consegue relaxar nem por um minuto? Talvez isso não seja apenas estresse. O transtorno de ansiedade generalizada (TAG) é uma condição reconhecida pela CID-11, a nova Classificação Internacional de Doenças da OMS, como um transtorno mental que vai muito além do nervosismo comum.

Neste artigo, vamos conversar de forma clara e direta sobre o TAG segundo a CID-11: o que é, como ele aparece, como é diagnosticado e quais são os caminhos de tratamento indicados por especialistas.

Você vai entender a diferença entre uma ansiedade normal e uma ansiedade que adoece, descobrir como o contexto social pode agravar os sintomas e conhecer os tipos de cuidado que realmente funcionam, com base em evidências científicas e acolhimento humano.

  • Entenda, com palavras simples, como o TAG é visto pela CID-11;
  • Aprenda a identificar sinais importantes no seu corpo e mente;
  • Conheça os tratamentos que funcionam de verdade, segundo a ciência;
  • Descubra caminhos gratuitos ou acessíveis para buscar ajuda;
  • Sinta-se mais seguro para cuidar da sua saúde mental ou apoiar alguém próximo.

O que é a CID-11?

A CID-11 é uma lista enorme, feita pela Organização Mundial da Saúde, que serve para dar nome e número a todo tipo de doença, inclusive os problemas de saúde mental, como a ansiedade.

Com ela, os profissionais do mundo inteiro falam a mesma “língua médica” e evitam confusões nos diagnósticos e tratamentos.

Entendendo sem complicar

Pense na CID-11 como um grande dicionário internacional das doenças. Ela diz como identificar e registrar o que a pessoa tem. Foi feita pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e é usada por médicos, terapeutas, enfermeiros e até sistemas de saúde pública.

A sigla CID significa Classificação Internacional de Doenças. E o número 11 mostra que esta é a décima primeira versão, atualizada com tudo o que a ciência descobriu de novo nos últimos anos. A ideia é garantir que todos falem da mesma coisa quando usam o nome de uma doença.

A CID-11 levou mais de 10 anos para ficar pronta e foi escrita com a ajuda de profissionais de mais de 120 países!

E o que isso tem a ver com saúde mental?

Antes da CID-11, muitos transtornos mentais eram vistos com preconceito, ou nem tinham nome certo. Hoje, problemas como ansiedade, depressão e até vícios têm códigos próprios, o que ajuda no diagnóstico correto.

Veja um exemplo prático:

TranstornoCódigo CID-11
Transtorno de ansiedade generalizada6b00
Depressão6a70
Transtorno de Pânico6b01

Assim, quando um psicólogo escreve 6b00 no prontuário, outro profissional em outro país sabe exatamente do que se trata. Isso facilita o tratamento e até os relatórios para o INSS, planos de saúde ou escolas.

Não é só papelada: a CID ajuda vidas

A CID-11 também ajuda a:

  • Evitar erros de diagnóstico.
  • Organizar os dados de saúde pública (como saber quantas pessoas estão com TAG no Brasil).
  • Criar políticas de saúde que tragam mais psicólogos para postos de saúde, por exemplo.

Além disso, a CID-11 é digital e usada no celular ou computador. Isso ajuda muito quem atende em locais distantes ou sem papelada.

Já que a CID-11 é tão importante…

Vamos ver como ela descreve a ansiedade? O próximo passo é entender como a CID-11 descreve exatamente o transtorno de ansiedade generalizada, com todos os detalhes.


Transtorno de ansiedade generalizada (TAG): definição na CID-11

Segundo a CID-11, o transtorno de ansiedade generalizada (TAG) é quando a pessoa sente uma preocupação constante, exagerada e difícil de controlar por semanas ou meses. Isso vem junto de sintomas como tensão, cansaço, dificuldade de concentração e problemas pra dormir.

Uma mente inquieta, todos os dias

Imagine viver com a cabeça cheia de preocupações… o tempo todo! Não é só em véspera de prova ou esperando uma notícia importante. No TAG, a ansiedade vira companhia diária, mesmo quando não há motivo claro.

De acordo com a CID-11, o TAG é caracterizado por:

  • Preocupações excessivas sobre várias áreas da vida (trabalho, saúde, família);
  • Sensação constante de que algo ruim pode acontecer;
  • Dificuldade em controlar os pensamentos ansiosos;
  • Sintomas físicos, como dor muscular, fadiga e insônia.

A CID-11 descreve o TAG como uma ansiedade de base ampla, que não se limita a uma situação específica, diferente de outras fobias, por exemplo.

O que a CID-11 exige para dar o diagnóstico?

Pra ser considerado TAG, a CID-11 aponta alguns critérios importantes:

  • Duração: Os sintomas precisam durar várias semanas seguidas, normalmente mais de seis meses;
  • Impacto: A ansiedade deve prejudicar o funcionamento da pessoa, seja no trabalho, nas amizades, no sono ou nos relacionamentos.
  • Intensidade: A preocupação é intensa, muito maior do que o necessário para a situação;
  • Abrangência: Os medos e pensamentos não se limitam a um único tema. É uma “chuva” de preocupações!

Como o corpo e a mente reagem?

O TAG mexe com tudo: cabeça, coração e músculos. Veja abaixo os sinais mais comuns:

  • Sintomas mentais:
    Preocupações constantes; medo de que tudo dê errado; dificuldade de concentração.
  • Sintomas físicos:
    Tensão muscular; fadiga; tremores; problemas para dormir; suor excessivo.
  • Comportamentos:
    Evita responsabilidades; tem dificuldade em tomar decisões; está sempre esperando “o pior“.

E agora, como saber se é TAG mesmo?

Calma! Na próxima seção vamos ver como os profissionais usam esses critérios na prática, e o que eles observam antes de fechar o diagnóstico.


Critérios diagnósticos do TAG

Para a CID-11, o diagnóstico de transtorno de ansiedade generalizada (TAG) só é dado quando o profissional percebe que a pessoa está sofrendo com preocupações excessivas há semanas, e que isso atrapalha muito a vida dela.

É preciso observar o tempo, a intensidade, os sintomas físicos e mentais, e o impacto na rotina.

Não é qualquer ansiedade: tem que preencher alguns requisitos

Nem toda pessoa ansiosa tem TAG. Às vezes, é só uma fase difícil. Por isso, a CID-11 deixa bem claro o que deve ser observado para fechar o diagnóstico. O profissional (terapeuta ou médico) faz perguntas, escuta relatos e analisa com atenção.

Os critérios obrigatórios são:

  • A ansiedade aparece na maioria dos dias;
  • Dura pelo menos várias semanas seguidas (geralmente 6 meses ou mais);
  • A pessoa se preocupa com muitas coisas ao mesmo tempo;
  • As preocupações são difíceis de controlar;
  • Há sofrimento emocional ou dificuldade para funcionar no dia a dia.

A CID-11 orienta que o diagnóstico só seja dado quando não há outra causa mais provável, como efeito de remédio ou outro transtorno mental.

O que mais o profissional observa?

Além do que a pessoa fala, o profissional também presta atenção nos sinais do corpo e da fala. Veja alguns exemplos:

  • A pessoa fala muito rápido ou se enrola nas palavras?
  • Está com os músculos sempre tensos (ombros duros, maxilar apertado)?
  • Pula de assunto em assunto, cheia de preocupações diferentes?
  • Evita situações simples com medo de que algo dê errado?

Essas pistas ajudam a confirmar que não é só uma preocupação normal, mas sim um transtorno que precisa de tratamento adequado.

Tem diferença entre TAG e outras ansiedades?

Sim! A CID-11 separa o TAG de outros transtornos parecidos:

TranstornoFoco da preocupação
TAGTudo ao mesmo tempo
Transtorno de pânicoMedo de crises físicas (ataques de pânico)
Fobia socialMedo de julgamento em público
Fobia específicaMedo de algo específico (avião, altura…)

E o que acontece depois do diagnóstico?

Na próxima seção, você vai descobrir como a CID-11 e o DSM-5 descrevem o TAG, e por que isso faz diferença na hora do tratamento.


Diferenças entre TAG na CID-11 e no DSM-5

Tanto a CID-11 quanto o DSM-5 ajudam os profissionais a diagnosticar o TAG, mas cada um tem seu jeitinho de descrever o transtorno. E sim, essas diferenças influenciam no diagnóstico e até no tratamento:

  • A CID-11 é mais usada no mundo todo, inclusive no Brasil;
  • O DSM-5 é mais comum nos Estados Unidos.

Dois manuais, um objetivo: entender o sofrimento

A CID-11 é da Organização Mundial da Saúde (OMS) e serve para todas as doenças, não só mentais. Já o DSM-5 foi criado pela Associação Americana de Psiquiatria e foca só nos transtornos mentais.

No caso do TAG, os dois manuais falam basicamente das mesmas coisas: preocupação constante, sintomas físicos, dificuldade de controlar a ansiedade… Mas a forma de organizar e nomear isso é um pouco diferente.

O Brasil usa oficialmente a CID-11 no SUS e nos atestados médicos. Mas muitos terapeutas e psiquiatras consultam também o DSM-5 como apoio.

As principais diferenças, na prática

Pra facilitar, olha só essa tabela:

CaracterísticaCID-11DSM-5
Nome do transtornoTranstorno de ansiedade generalizada (TAG)O mesmo
Duração mínima dos sintomasVárias semanas” (geralmente 6 meses)6 meses obrigatórios
Foco do diagnósticoImpacto funcional e sofrimentoNúmero exato de sintomas físicos
Organização geralTranstornos mentais junto com os físicosSó transtornos mentais
Uso principalGlobal (OMS) – SUS, escolas, laudosClínico – usado por psiquiatras dos EUA
Código do TAG6b00300.02 (F41.1 na CID-10 correspondente)

Como você pode ver, a CID-11 é mais flexível e centrada na vida da pessoa. Já o DSM-5 tem um jeitão mais engessado, com listas e quantidades mínimas de sintomas.

E o que isso muda no dia a dia?

Muda mais do que parece!

  • Um terapeuta do SUS, por exemplo, usa a CID-11 no prontuário, até pra justificar afastamento do trabalho.
  • Já um psiquiatra particular usa o DSM-5 como referência na escolha de medicamentos.

O importante é que ambos os sistemas se complementam, e nenhum exclui o outro.

Na próxima parte, vamos descobrir quais outros transtornos costumam aparecer junto com o TAG, e como o profissional faz pra diferenciar um do outro.


Comorbidades e diagnósticos diferenciais

Segundo a CID-11, o transtorno de ansiedade generalizada (TAG) raramente anda sozinho. Ele costuma vir acompanhado de outros transtornos, o que chamamos de comorbidades. Além disso, ele pode ser confundido com outros problemas parecidos. Por isso, o diagnóstico precisa ser cuidadoso.

Quando o TAG não é o único visitante

Imagine que o TAG é um inquilino chato. A má notícia? Ele costuma trazer amigos junto. A CID-11 explica que pessoas com TAG frequentemente apresentam outros transtornos, o que piora os sintomas e confunde a cabeça (e o diagnóstico).

Os mais comuns são:

  • Depressão (sentimentos de tristeza profunda, falta de energia);
  • Transtorno de Pânico (crises súbitas de medo com sintomas físicos intensos);
  • Fobia social (medo exagerado de interagir ou ser julgado);
  • Transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) (pensamentos repetitivos e rituais compulsivos);
  • Transtorno do sono (insônia persistente e não explicada só pela ansiedade).

Mais de 60% das pessoas com TAG também têm outro transtorno mental associado.

Diagnóstico ou confusão?

Muitos sintomas do TAG se parecem com outros transtornos. Por isso, o profissional precisa analisar com cuidado e tempo. A CID-11 recomenda observar o contexto, a duração, os gatilhos e o impacto na vida da pessoa.

Veja as principais confusões:

Pode parecer…Mas o diferencial é…
Transtorno de pânicoO pânico vem em crises súbitas, o TAG é mais contínuo.
TOCNo TOC há rituais ou manias repetitivas.
DepressãoA depressão domina o humor, o TAG domina os pensamentos.
Fobia socialMedo só em situações sociais, o TAG é mais geral.

E quando é físico, não mental?

Nem sempre o problema está na cabeça. Sintomas como dor no peito, tremores e insônia podem ter causas médicas, como:

  • Hipertireoidismo;
  • Problemas cardíacos;
  • Abuso de cafeína ou medicamentos.

A CID-11 orienta que, antes de dar o diagnóstico de TAG, o profissional deve descartar outras causas físicas ou efeitos de substâncias.

E como tratar tudo isso junto?

Na próxima seção, você vai descobrir como a CID-11 orienta os tratamentos para o TAG, e como lidar quando há comorbidades envolvidas.


Tratamentos recomendados pela CID-11 para o TAG

A CID-11 recomenda que o tratamento do transtorno de ansiedade generalizada (TAG) seja feito com terapia com prática baseada em evidências, e em alguns casos, com o uso de medicamentos.

O mais importante é que o cuidado seja individualizado, respeitando o que a pessoa sente, vive e acredita.

Nem sempre é remédio: a terapia é o caminho número 1

O tratamento mais indicado pela CID-11 é a terapia, principalmente a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC). Essa abordagem ajuda a pessoa a entender o que está por trás das preocupações e a modificar pensamentos e hábitos que alimentam a ansiedade.

Técnicas comuns da TCC para TAG:

  • Identificação de pensamentos catastróficos;
  • Treinamento em resolução de problemas;
  • Exercícios de relaxamento e respiração;
  • Exposição controlada a situações evitadas.

A TCC é feita individualmente, em grupo ou até online, e os resultados costumam aparecer em poucas semanas.

E quando a terapia não basta?

Em alguns casos, principalmente quando a ansiedade é muito intensa ou a pessoa também tem depressão, será necessário usar medicamentos. A CID-11 não faz uma lista de remédios, mas se baseia em diretrizes clínicas confiáveis que apontam:

Tipo de remédioExemplo
Antidepressivos ISRSSertralina, escitalopram
Antidepressivos IRSNVenlafaxina, duloxetina
Ansiolíticos (uso por tempo curto)Clonazepam, diazepam (com cuidado)
Estabilizadores de humor (em casos graves)Pregabalina, buspirona

E os cuidados extras?

Além da terapia e dos remédios, a CID-11 valoriza o cuidado integral da pessoa, ou seja: olhar também pro estilo de vida, para os relacionamentos e para o autocuidado. Outras estratégias úteis:

  • Atividade física leve e regular;
  • Redução de cafeína, álcool e açúcar;
  • Meditação e mindfulness;
  • Boa rotina de sono;
  • Grupos de apoio e convivência.

Mas qual tratamento é o certo para você?

Isso depende de você, da sua história e da gravidade dos sintomas. E é justamente por isso que a próxima seção vai falar sobre como o contexto de vida influencia o TAG, e como isso ajuda a escolher o tratamento mais adequado.


Perspectivas psicossociais: como o contexto influencia o TAG

A CID-11 reconhece que o transtorno de ansiedade generalizada (TAG) não nasce do nada. Ele é afetado pelo contexto em que a pessoa vive: suas relações, sua história, seu trabalho e até sua cultura. Ou seja, a ansiedade até começa dentro da mente, mas é alimentada por tudo ao redor.

A vida difícil pesa mais do que parece

Imagine uma panela de pressão. Cada problema, preocupação ou trauma vai somando lá dentro: pobreza, violência, desemprego, luto, falta de apoio… Quando o fogo está alto demais, a ansiedade estoura.

A CID-11 reforça que fatores psicossociais, ou seja, emocionais e sociais, devem ser considerados no diagnóstico e no tratamento. Não adianta tratar só os sintomas se a pessoa continua vivendo em meio a estresse constante.

E como isso se reflete no tratamento?

Os profissionais precisam olhar para além dos sintomas. Devem perguntar, por exemplo:

  • Como é o ambiente familiar da pessoa?
  • Ela sofre pressão no trabalho ou está desempregada?
  • Vive em um local seguro?
  • Tem rede de apoio ou se sente sozinha?

Essas respostas ajudam a escolher o melhor plano de cuidado. Em alguns casos, além da terapia, será necessário encaminhar para assistência social, grupos de apoio ou orientações jurídicas.

A cultura também influencia

O modo como a ansiedade aparece varia de cultura para cultura. Em algumas regiões, a pessoa não fala “estou ansiosa“, mas diz “estou com dor no peito“, “não consigo dormir“, “minha cabeça não para“.

A CID-11 orienta que os profissionais respeitem a linguagem, a religião e as crenças da pessoa, para que ela se sinta acolhida e compreendida, e não julgada.

Exemplo real de adaptação cultural:

SituaçãoResposta sensível
Pessoa diz “estou com olho gordoExplorar o medo e o contexto social
Pessoa diz “é espiritualValidar a crença e trabalhar o sofrimento

E como tudo isso leva a um tratamento mais eficaz?

A próxima seção vai mostrar como o caminho do cuidado começa com o diagnóstico, mas não termina nele. Vamos falar de ações práticas, orientações e o que fazer depois do “você tem TAG“.


Perguntas frequentes

  1. O que é o TAG segundo a CID-11?
    É um transtorno marcado por preocupações excessivas, persistentes e difíceis de controlar, que duram várias semanas e afetam a vida da pessoa.
  2. Qual é o código do TAG na CID-11?
    O código é 6B00, localizado na seção dos transtornos de ansiedade da CID-11.
  3. Quanto tempo os sintomas precisam durar para ser TAG?
    A CID-11 exige que os sintomas estejam presentes na maioria dos dias por várias semanas seguidas, geralmente por seis meses ou mais.
  4. TAG é a mesma coisa que estresse?
    Não. O estresse costuma ter uma causa identificável e passa. O TAG é mais duradouro e generalizado, sem motivo específico claro.
  5. Quais são os sintomas mais comuns do TAG?
    Preocupações constantes; tensão muscular; fadiga; irritabilidade; insônia; dificuldade de concentração.
  6. Qual a diferença entre TAG e ansiedade normal?
    A ansiedade normal é passageira e proporcional à situação. O TAG é exagerado, contínuo e interfere no funcionamento diário.
  7. Como a CID-11 diferencia o TAG de outros transtornos?
    Ela observa o tipo, duração e intensidade das preocupações, além de descartar outras causas médicas ou psicológicas.
  8. O TAG pode acontecer junto com outros transtornos?
    Sim. É comum ocorrer junto com depressão, pânico, fobia social e distúrbios do sono.
  9. Como é feito o diagnóstico do TAG?
    Por profissionais de saúde mental, com base em entrevistas clínicas, escuta ativa e critérios da CID-11.
  10. O TAG tem cura?
    Pode ser controlado com tratamento adequado, permitindo qualidade de vida. Muitos pacientes têm melhora significativa.
  11. Qual o tratamento mais indicado pela CID-11?
    Terapia com prática baseada em evidências, especialmente Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC). Em alguns casos, medicação é indicada.
  12. Medicamentos são sempre necessários?
    Não. Em muitos casos, a terapia sozinha já é eficaz. Os remédios são usados em situações moderadas a graves.
  13. Crianças podem ter TAG?
    Sim, embora o diagnóstico em crianças exija observação cuidadosa e adaptações no tratamento.
  14. O que piora o TAG?
    Fatores como estresse crônico, isolamento, má qualidade de sono, uso de estimulantes e falta de apoio emocional.
  15. Onde posso buscar ajuda gratuita no Brasil?
    Nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), postos de saúde do SUS, ou em clínicas-escola de universidades públicas e particulares.

Palavras finais

Ao longo deste artigo, exploramos o transtorno de ansiedade generalizada (TAG) à luz da CID-11, explicando como essa classificação internacional reconhece e organiza os transtornos mentais.

Também discutimos os critérios usados para diagnosticar o TAG, suas diferenças em relação ao DSM-5, como ele se manifesta no cotidiano e os fatores que influenciam seu aparecimento, como contexto social, histórico de vida e cultura.

Vimos que o TAG raramente anda sozinho: costuma vir acompanhado de outros transtornos, o que reforça a importância de uma avaliação clínica completa. O tratamento mais indicado pela CID-11 inclui terapia com prática baseada em evidências (especialmente a Terapia Cognitivo-Comportamental), podendo ser combinado com medicamentos e cuidados complementares.

Por fim, destacamos os caminhos possíveis para quem sofre com esse transtorno: desde reconhecer os sinais até buscar tratamento e manter o cuidado ao longo do tempo.

A mensagem central é simples, mas poderosa: ansiedade não é fraqueza, é saúde mental, e merece ser tratada com respeito, escuta e ciência. Com apoio adequado, é possível aliviar o sofrimento, fortalecer a resiliência e retomar a qualidade de vida.


Referências

  • AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais: DSM-5. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.
  • GLASZIOU, Paul; DEL MAR, Chris; SALISBURY, Janet. Evidence-Based Practice Workbook. 2. ed. Oxford: Blackwell Publishing, 2007.
  • LEEN, Brendan et al. Evidence-Based Practice: A Practice Manual. Waterford: EBP Group South East, 2014. ISBN 9781908972033.
  • ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. CID-11 – Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde. Genebra: OMS, 2024. Disponível em: https://icd.who.int/pt. Acesso em: 15 jul. 2025.
  • O’DONOHUE, William T.; FISHER, Jane E. Practitioner’s Guide to Evidence-Based Psychotherapy. New York: Springer, 2006.

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