Quem são esses psicólogos que, entre uma selfie clínica e outra, repetem como papagaios de cartilha: “psicoterapia é com psicólogo”? Por trás do ar de autoridade, há uma tentativa desesperada de manter um monopólio de mercado, travestido de zelo ético.
Em vez de autocrítica, o que se vê é arrogância institucionalizada. Em vez de humildade epistemológica, presenciamos uma prepotência digna de seitas autorreferenciadas.
Este artigo expõe, sem anestesia, a hipocrisia que sustenta o discurso “psicoterapia é com psicólogo” e denuncia sua função real: proteger privilégios, marginalizar saberes não hegemônicos e desinformar o público sob o pretexto de ética e segurança. A quem serve essa obsessão por exclusividade? Certamente, não ao paciente.
Este artigo não é para você, psicólogo, que reconhece os limites de sua formação e acolhe a diversidade de práticas clínicas com respeito. A crítica é ao discurso hegemônico e corporativista que sequestra a escuta e transforma o cuidado em propriedade de classe.
Reserva de mercado: quando o cuidado vira propriedade privada
A repetição dogmática de que “psicoterapia é com psicólogo” tem um nome no mundo real: reserva de mercado. Não se trata de ética, não se trata de proteção ao paciente, não se trata de ciência.
Trata-se, pura e simplesmente, de dinheiro, poder e controle de território. O paciente, nesse modelo, não é sujeito de direitos; é consumidor cativo, mantido dentro do cercadinho corporativo sob a vigilância dos conselhos e das universidades.
Esse tipo de reserva se sustenta por um tripé: medo, desinformação e regulação seletiva:
- O medo de que alguém “menos qualificado” assuma funções clínicas;
- A desinformação sobre o que realmente diz a legislação e;
- A regulação seletiva que pune o outro e absolve o semelhante.
Um terapeuta holístico é “charlatão”, mas um psicólogo vendendo constelação sistêmica ou tarot terapêutico é “inovador”. Não há defesa da ciência aqui — há defesa de nicho profissional.
Quando a psicoterapia é defendida como exclusividade do psicólogo, o que se pratica é um ato político de dominação, e não um gesto de cuidado. É o mesmo modelo que transforma educação, saúde e justiça em mercados controlados por classes profissionais.
A escuta vira produto. O sofrimento, mercadoria. E o paciente, clientela protegida por cerca elétrica institucional.
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Essa reserva de mercado cria um cenário perverso: milhares de pessoas sem acesso a atendimento, enquanto psicólogos criminalizam iniciativas comunitárias, populares, integrativas ou independentes. O mesmo profissional que se diz defensor da saúde mental é o que denuncia projetos de escuta em periferias por “exercício ilegal”. O que se quer proteger aqui não é o paciente — é o monopólio de faturamento.
Se você ainda acredita que “psicoterapia é com psicólogo” é uma frase ética, pense de novo. Essa bandeira não protege a escuta — ela patenteia o sofrimento alheio em nome de um diploma. A quem interessa isso? Ao cuidado? À ciência? À saúde pública? Ou apenas aos bolsos, às clínicas e às vaidades de uma categoria assustada com sua perda de relevância?
Formação acadêmica: uma fé cega
A defesa de que apenas psicólogos podem fazer psicoterapia se apoia, muitas vezes, numa fé cega na formação universitária. O diploma se tornou uma espécie de indulgência profissional: um passe livre para a arrogância.
Psicólogos recitam a estrutura curricular da graduação como se isso, por si só, garantisse habilidade clínica. Mas a realidade é bem diferente do que as brochuras institucionais vendem.
Nas universidades, o que se vê são turmas lotadas, professores mal remunerados, estágios apressados e pouco tempo de prática real. Muitos alunos se formam sem nunca terem escutado de verdade um paciente.
Mas ao saírem da faculdade, já se sentem autorizados a erguer o dedo e gritar: “psicoterapia é com psicólogo!” Como se o simples carimbo do CRP lhes garantisse legitimidade clínica.
Enquanto isso, há profissionais de outras formações – médicos, psicanalistas, terapeutas ocupacionais – que buscam formações longas, imersivas e com supervisão constante. A diferença? Eles fazem isso por convicção ética, e não por obrigação institucional.
Muitos psicólogos, por outro lado, acreditam que o canudo é suficiente. O diploma é tratado como escudo contra críticas, e não como ponto de partida para o aprendizado.
A verdade é que o diploma de Psicologia, por mais relevante que seja, não imuniza ninguém contra a ignorância clínica. Há psicólogos atuando há anos sem qualquer aprimoramento, atendendo com base em manuais ultrapassados e protocolos vazios.
Mas se sentem superiores apenas por ostentar o título de “psicólogo”. Uma arrogância vazia, que mascara insegurança.
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Reduzir a legitimidade clínica a um diploma é uma estratégia preguiçosa de controle de mercado. Quem defende que “psicoterapia é com psicólogo” com base apenas na formação acadêmica mostra não apenas desconhecimento sobre a complexidade da prática clínica, mas também um profundo desrespeito à pluralidade de saberes psicoterapêuticos.
Código de ética: manto sagrado da hipocrisia
O argumento ético é um dos mais usados por psicólogos que se sentem donos da verdade clínica. Juram que são os únicos aptos a praticar a psicoterapia por estarem submetidos a um código de ética profissional. Soa bonito, quase nobre.
Mas na prática, isso não passa de uma fachada. Porque basta visitar os registros de processos disciplinares dos CRPs para encontrar uma fila de profissionais que violaram todos os princípios que juraram defender.
Não é o código de ética que impede o abuso. É a consciência crítica e o compromisso real com o cuidado. E essa consciência, lamento informar aos psicólogos corporativistas, não vem no kit do diploma.
Há psicoterapeutas sem CRP que seguem rigorosos códigos de conduta, participam de supervisão clínica e mantêm práticas transparentes e responsáveis, coisa que muitos psicólogos sequer fingem fazer.
Aliás, não são poucos os que utilizam o código de ética apenas como arma para atacar os outros. Não como instrumento de aprimoramento pessoal, mas como retórica para desqualificar quem atua fora do círculo da psicologia.
Isso não é ética: é oportunismo disfarçado de superioridade moral. Uma moralidade seletiva, que aponta o dedo mas não limpa o próprio espelho.
A hipocrisia é tamanha que há psicólogos aplicando práticas completamente anticientíficas – constelação, astrologia, hipnose de palco – e ainda assim se sentem mais éticos do que psicoterapeutas com sólida formação em outras áreas.
O que garante a ética não é o registro profissional, mas o compromisso efetivo com o paciente. E nisso, os psicólogos não têm o monopólio.
Portanto, quando você ouvir um psicólogo dizendo que só ele pode fazer psicoterapia por conta do seu código de ética, pergunte: quantos atendimentos ele supervisiona? Quantos casos ele discute? Quantas vezes ele repensa sua prática? Porque ética que não se atualiza, que não se pratica e que só serve para atacar os outros, é puro teatro institucional.
Supervisão e atualização contínua: a mentira institucionalizada
Uma das narrativas mais vendidas pelos psicólogos é a da constante supervisão e formação continuada. Pintam a si mesmos como profissionais eternamente comprometidos com o aprimoramento.
Mas basta olhar para o cotidiano da categoria para ver que isso é, na maioria das vezes, pura ficção. Muitos psicólogos passam anos repetindo os mesmos discursos de graduação, sem atualizar uma única linha do que aprendem.
O mito da supervisão contínua é alimentado por uma propaganda interna que não se sustenta na prática. A maioria dos consultórios funciona de forma isolada, sem qualquer revisão de caso, sem grupo de estudos, sem contato com novas abordagens.
E mesmo assim, esses profissionais se julgam mais qualificados do que terapeutas que dedicam tempo e dinheiro a formações intensivas.
Psicólogos adoram se escorar na ideia de que sua formação é superior porque envolve um compromisso ético com o aprendizado constante. Mas quem fiscaliza isso? Onde está a prova de que estão, de fato, se atualizando? Não há.
O discurso da atualização é usado como argumento de autoridade, mas raramente é acompanhado de evidência concreta. Vende-se uma imagem que não corresponde à realidade.
Enquanto isso, psicoterapeutas de outras áreas enfrentam um escrutínio contínuo. Precisam justificar sua prática, buscar validação externa, estudar metodologias novas e abrir suas experiências à crítica constante. Não têm o luxo da arrogância.
Talvez por isso desenvolvam uma escuta mais aberta, mais plural e menos dogmática do que muitos psicólogos presos em suas certezas antigas.
Portanto, da próxima vez que um psicólogo te olhar de cima por “não ter CRP”, pergunte quantas vezes ele revisou sua prática nos últimos cinco anos. Pergunte quantas supervisões ele faz por mês. Pergunte quantos livros leu além da bibliografia da faculdade.
O silêncio que virá como resposta será mais eloquente do que qualquer slogan. A verdade é que o compromisso com a formação contínua virou mais um mito do que uma realidade vivida.
Prevenção de riscos: a farsa do cuidado exclusivo
Psicólogos adoram repetir que só eles têm preparo para lidar com casos graves, como risco de suicídio, violência ou sofrimento psíquico intenso. Vendem a imagem de que são os únicos que sabem agir com ética diante da vulnerabilidade humana.
Mas basta examinar a realidade para ver que essa narrativa é, no mínimo, enganosa. Muitos psicólogos fogem de situações complexas como o diabo da cruz, alegando não estarem preparados. E não estão mesmo.
Enquanto isso, outros profissionais – psiquiatras, terapeutas comunitários, terapeutas ocupacionais e até agentes populares de saúde – estão na linha de frente, escutando e acolhendo com responsabilidade.
O discurso de que “psicoterapia é com psicólogo” porque só o psicólogo sabe lidar com risco é não apenas falso, mas perigosamente excludente. É uma tentativa de apagar experiências clínicas legítimas por puro orgulho de classe.
O argumento da prevenção de riscos é frequentemente usado como chantagem emocional. A mensagem implícita é: “se você não for atendido por um psicólogo, vai se prejudicar”. Trata-se de terrorismo simbólico.
Uma estratégia covarde para amedrontar pacientes e marginalizar outros profissionais. Em vez de construir pontes, os psicólogos corporativistas erguem muros.
A realidade é que riscos existem em qualquer relação de cuidado, inclusive nas conduzidas por psicólogos. Há casos de negligência, abuso, iatrogenia e abandono cometidos por profissionais registrados no CRP.
O diploma não protege ninguém da má prática. O que protege é a escuta responsável, a supervisão rigorosa e o compromisso com o outro – algo que psicólogos não têm o direito de monopolizar.
No fim das contas, a frase “psicoterapia é com psicólogo” não passa de uma blindagem retórica contra a crítica. Não é sobre proteger o paciente – é sobre proteger o prestígio de uma profissão que, em muitos casos, falha exatamente onde diz ser forte.
O verdadeiro risco ético é acreditar que o cuidado tem dono. E isso, ironicamente, é tudo o que a psicologia deveria combater, e não defender.
Validação científica: o falso moralismo da pseudociência institucional
É comum ouvir psicólogos dizerem que apenas suas práticas são baseadas em evidências. Usam a “ciência” como escudo para excluir, criticar e deslegitimar abordagens de fora do cercadinho da psicologia.
Mas basta um olhar mais atento para perceber que essa defesa da ciência é, muitas vezes, seletiva, cínica e hipócrita. Porque dentro dos próprios consultórios, a quantidade de práticas anticientíficas adotadas por psicólogos é alarmante.
Constelação familiar, astrologia clínica, hipnose mística, florais de Bach, regressão de vidas passadas – tudo isso é praticado por psicólogos com CRP ativo, que ao mesmo tempo atacam psicoterapeutas de outras áreas por “não seguirem a ciência”.
O que se vê é um uso oportunista da palavra “ciência” para proteger o território profissional. Quando convém, a ciência é a bandeira. Quando não convém, ela é descartada sem culpa.
A defesa da “validação científica” é muitas vezes apenas uma desculpa para se manter no topo da hierarquia simbólica do cuidado. O objetivo não é promover boas práticas clínicas, mas preservar o prestígio da psicologia como campo exclusivo.
Isso se torna ainda mais evidente quando vemos psicólogos utilizando intervenções sem qualquer respaldo empírico, enquanto desprezam abordagens novas, eficazes e bem fundamentadas, apenas por não estarem sob a chancela do CFP.
O falso moralismo científico dos psicólogos é um teatro ensaiado. Citam artigos que não leram, falam em evidência sem compreender metodologia, invocam termos técnicos para silenciar quem questiona.
No fundo, tudo isso é sobre poder. É sobre manter a ilusão de que psicoterapia só é válida quando passa pelo filtro da psicologia tradicional – ainda que essa mesma psicologia esteja cheia de contradições internas e práticas duvidosas.
A verdade é simples e incômoda: ciência não é monopólio de ninguém. E muito menos da psicologia. A prática clínica exige rigor, sim. Mas também exige humildade, diálogo e abertura. Quando psicólogos usam a “ciência” para calar vozes, ao invés de promover o debate, estão agindo menos como cientistas e mais como sacerdotes de uma religião institucional. E o nome disso não é ciência. É dogmatismo mascarado.
Responsabilidade ético-jurídica: o teatro da proteção ao paciente
Psicólogos adoram dizer que sua atuação é mais segura porque estão sujeitos a sanções legais, códigos de ética e fiscalização do conselho profissional. O discurso é bonito, mas a realidade é outra.
Na prática, muitos psicólogos atendem sem contrato, sem registro das sessões, sem termo de consentimento e, claro, sem qualquer transparência com o paciente. Mas continuam dizendo que “psicoterapia é com psicólogo” porque só eles garantem responsabilidade.
Essa falácia da “responsabilização exclusiva” é usada para menosprezar psicoterapeutas de outras formações, como se estes não pudessem ser processados ou fiscalizados. Ora, qualquer profissional que presta um serviço responde civil e criminalmente por seus atos.
A diferença é que os psicólogos fingem ter uma imunidade moral por estarem dentro de um sistema regulado – mesmo quando violam o próprio código que dizem seguir.
A atuação “segura” do psicólogo muitas vezes é uma ilusão de marketing. O paciente acredita estar mais protegido, mas sequer recebe recibo, não sabe quais são seus direitos e não tem canal de denúncia funcional.
Os conselhos regionais são lentos, burocráticos e, em muitos casos, corporativistas. Agem mais para proteger a imagem da profissão do que para proteger o paciente de fato.
Enquanto isso, há psicoterapeutas não psicólogos que adotam práticas transparentes, com contratos formais, políticas de cancelamento, atendimento supervisionado e formação ética consistente.
Mas tudo isso é ignorado quando se repete, feito reza corporativista: “psicoterapia é com psicólogo”. A frase funciona como cortina de fumaça para esconder os abusos internos da própria categoria.
No fundo, o que se vê é uma tentativa desesperada de blindar a psicologia contra qualquer crítica externa. O discurso da responsabilidade ética virou um escudo para manter o monopólio simbólico da clínica.
Quem realmente se importa com o paciente não se apoia em slogans, mas em práticas concretas de cuidado e integridade. E isso, infelizmente, é o que falta a muitos que gritam “psicoterapia é com psicólogo” como se fosse dogma.
Proteção contra charlatanismo: o espantalho conveniente
Quando psicólogos querem desqualificar qualquer profissional que não pertença à sua bolha, sacam o argumento do “charlatanismo”. Tudo que foge do seu controle institucional é, por definição, suspeito, perigoso, irresponsável.
Mas será que essa postura é mesmo sobre ética? Ou é só mais um disfarce para a vaidade profissional? Porque se olharmos bem, o charlatanismo também faz morada dentro da psicologia.
Sim, há psicólogos oferecendo serviços místicos, pseudocientíficos, abusivos – e fazendo isso com o respaldo de um CRP ativo. Há psicólogos vendendo pílulas de autoajuda, vendendo promessas vazias em redes sociais, explorando a vulnerabilidade alheia com técnicas duvidosas.
O problema nunca foi a profissão em si, mas a ilusão de que um título basta para garantir idoneidade. E isso os psicólogos evitam reconhecer.
Chamar tudo que não é psicologia de “charlatanismo” é um ato de desespero elitista. É tentar deslegitimar saberes populares, terapias comunitárias, práticas integrativas e experiências que escapam ao crivo eurocentrado e academicista.
É, também, uma forma de silenciar a diversidade de vozes que habita o campo da saúde mental. Uma tentativa de apagar tudo o que ameaça seu trono.
Há um universo de psicoterapeutas comprometidos, éticos, preparados e respeitados por seus pacientes – mesmo sem um CRP na parede. E isso incomoda profundamente os donos do discurso oficial.
Incomoda porque revela que a relação psicoterapêutica não depende da chancela de um conselho, mas da qualidade humana e técnica de quem escuta. E isso, nenhum carimbo garante.
Portanto, da próxima vez que alguém repetir que “psicoterapia é com psicólogo” para proteger o paciente do “charlatanismo”, questione: quem está realmente cuidando de quem? E quem está apenas tentando proteger seu próprio mercado? Porque o charlatanismo não é uma profissão.
Palavras finais
O discurso de que “psicoterapia é com psicólogo” não é uma defesa do cuidado. É uma tentativa mal disfarçada de monopolizar uma prática que sempre foi plural, viva e em constante transformação. É o grito de uma categoria que, diante da perda de relevância, decide dobrar a aposta na arrogância em vez de abrir espaço para o diálogo.
A psicologia institucionalizada não quer partilhar a escuta – quer controlar quem fala e quem cala.
Em vez de reconhecer a riqueza das práticas psicoterapêuticas existentes fora de seus muros, os psicólogos corporativistas preferem apontar dedos, distribuir julgamentos e alimentar campanhas de desinformação.
Vestem a toga de guardiões da ética, mas se esquecem de que a verdadeira ética começa com humildade. E não há humildade em repetir, como um dogma, que só psicólogo pode cuidar de gente.
Enquanto isso, os pacientes seguem buscando escuta em múltiplos lugares – centros comunitários, espaços alternativos, práticas integrativas, redes de apoio popular.
Porque o sofrimento não espera CRP. O sofrimento quer presença, quer escuta real, quer compromisso humano. E isso, cada vez mais, tem sido encontrado fora da bolha da psicologia tradicional.
Repetir que “psicoterapia é com psicólogo” é ignorar a história, desprezar a diversidade e negar o futuro. É manter-se preso a uma ilusão de autoridade, enquanto o mundo gira e as formas de cuidado se reinventam.
Quem realmente se importa com a saúde mental deve se perguntar: estou defendendo o paciente ou estou defendendo meu diploma?
O que está em jogo aqui não é uma disputa técnica. É uma disputa ética. E, nesse embate, quem insiste em exclusividade está dizendo, sem dizer: “a escuta é minha, o sofrimento é meu mercado e o outro só entra se eu permitir”. Isso não é psicoterapia. Isso é sequestro simbólico da escuta. E já passou da hora de libertá-la.
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