Como conseguir convencer alguém a ir no terapeuta?

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Conseguir convencer alguém a ir no Psicólogo pode ser uma situação complicada. Se feito da maneira errada, a pessoa ficará irritada.

Como conseguir convencer alguém a ir no Psicólogo?

Você já se pegou dando aquele conselho de ouro e recebendo um “legal, depois eu vejo isso” que desaparece no éter? Pois é, convencer alguém a buscar ajuda profissional parece tarefa de Hércules, mas não precisa ser.

Nosso cérebro adora atalhos de curiosidade, liberdade de escolha e boas histórias de pertencimento e, quando esses três caminhos se cruzam, a resistência cai como castelo de cartas.

Comparar comportamentos, sentir que a decisão é nossa e ganhar uma recompensa social ativam circuitos de prazer e motivação mais rápido que uma notificação no celular.

Lendo este artigo até o fim você vai aprender:

  1. Curiosidade, autonomia percebida e recompensa social: por que esses três gatilhos juntos fazem o cérebro dizer “sim” antes mesmo de perceber?
  2. Como transformar promessas vagas em compromissos reais usando horários específicos, links mastigados e recompensas leves;
  3. Falta de tempo, custo, medo do desconhecido? Aprenda respostas teste-drive que reduzem a resistência em minutos;
  4. Modelos de abertura, perguntas-chave e formas de encerrar sem pressão, tudo validado por princípios de entrevista motivacional;

Como o convencimento funciona?

Você já percebeu que 93% das pessoas só mudam depois que alguém planta uma pulga do bem atrás da orelha? Parece improvável, porém é um empurrão psicológico que acontece todo santo dia.

     

Sabia que você pode agendar sua consulta com apenas um clique?

Pesquisas sobre normas sociais sugerem que comparar nosso comportamento ao de outras pessoas move a agulha do hábito até 14%, mais de quatro vezes o impacto de simples informações racionais sobre risco ambiental (time.com).

Some a isso clássicos como o experimento de conformidade de Asch, onde 75% dos participantes cederam à pressão do grupo ao menos uma vez (verywellmind.com), e aquele número lúdico de 93% já não soa tão maluco assim: somos, sim, criaturas altamente sugestionáveis.

Por que esse empurrão funciona?
Porque três engrenagens giram juntas: curiosidade, autonomia percebida e recompensa social. Quando você acerta o triplo combo, a probabilidade de “não, obrigado” cair vira quase piada interna do cérebro.

  • Curiosidade coloca dopamina no volante. Um estudo em Neuron mostrou que, quando ficamos curiosos, áreas de recompensa e de memória acendem juntas, o que turbina a aprendizagem e a motivação (sciencedaily.com);
  • Autonomia percebida é chocolate para o sistema límbico. Dar duas escolhas simples (tipo “quer marcar online ou presencial?“) reduz resistência porque o cérebro associa livre-arbítrio a segurança (psychologytoday.com;researchgate.net);
  • Recompensa social ativa o mesmo circuito que piscou da última vez em que você ganhou uma chuva de likes na madrugada; revisões de neuroimagem mostram que feedback social dispara estriato ventral, centro de prazer do rolê (pmc.ncbi.nlm.nih.govmedium.com).

Você sabia?
Dar duas opções, e não uma só, duplica a taxa de aceitação de propostas terapêuticas.

No próximo ponto revelarei a receita secreta para driblar a clássica frase depois eu vejo isso. Fique ligado porque o jogo da persuasão acabou de começar.


Driblando o “depois eu vejo isso

Já reparou que “depois” quase sempre vira “nunca“? É normal: nosso cérebro poupa energia e empurra tarefas para mais tarde. Mas dá para quebrar essa barreira em três passos bem simples:

  1. Defina um momento exato: quando você pergunta “terça, 14h ou quinta, 18h?“, o outro precisa escolher na hora. Isso transforma a promessa vaga em compromisso real;
  2. Entregue tudo mastigado: envie o link direto para agendar, já com o horário sugerido. Quanto menos cliques, menor a tentação de adiar;
  3. Combine uma recompensa: proponha algo leve, como uma pizza depois da sessão, um café, ou até um emoji de vitória no grupo. O cérebro adora pequenas celebrações.

Imagine seu amigo dizendo “depois eu vejo” e, meses depois, ainda preso nos mesmos problemas. Agora visualize vocês saindo da consulta, rindo e planejando a pizza. Qual cena parece melhor?


Quando iniciar a conversa?

Escolher o momento certo para conversar ajuda em uma comunicação eficaz. Escolha um momento em que vocês estejam presentes e calmos. A última coisa que você vai querer é fazer com que evitem ter essa conversa novamente no futuro.

Evite eventos pessoais, como reuniões familiares, lançar a ideia no meio de uma discussão, ou mencioná-la quando estiverem no meio do trabalho ou de um prazo. Mas também, não tente esperar pelo momento perfeito. É por isso que o momento para iniciar a conversa é tão importante.

Enquadrar a conversa é criar o contexto para a discussão. Trata-se de fazê-lo sentir-se seguro, positivo, e construtivo, mesmo que seja uma área de preocupação.

As formas de enquadrar uma conversa incluem:

  • Encontrar a hora e o local para a conversa: convide a pessoa para uma caminhada, ou para se sentar com você para tomar chá ou café;
  • Defina um tom positivo: essa conversa não precisa ser negativa. Mostre curiosidade sobre as sentimento da pessoas; evite culpa ou julgamento;
  • Seja claro sobre o seu propósito: comunique-se abertamente com a pessoa;
  • Evite suposições sobre como ela está se sentindo: convide-a a compartilhar sua perspectiva sobre o que você notou e considere isso. Incentive-a sobre a possibilidade de mudança;
  • Use o humor: rir cria uma sensação de camaradagem e ajuda a quebrar barreiras em situações difíceis.

Você deve estabelecer um terreno comum durante uma conversa inicial, bem como as bases para os próximos passos.


Saiba quando parar

Não se pode obrigar alguém a fazer terapia. E no contexto da terapia individual, provavelmente não será eficaz se a pessoa não quiser mudar genuinamente.

Se alguém rejeitar a sugestão de terapia, a trajetória será diferente com base no relacionamento e no contexto:

  • Se o relacionamento for muito prejudicial para continuar e a pessoa não estiver disposta a procurar tratamento, você deve colocar um limite ou acabar com a relação;
  • Se a pessoa é alguém que continuará a estar na sua vida, você tem que reconhecer quando deixar a sugestão de lado. Você já fez o que pode, oferecendo incentivo e informação. As pessoas têm que tomar a decisão de aceitar ajuda por conta própria.

Estar contra a terapia agora não significa necessariamente se opor à terapia para sempre. Às vezes a estressante o período ou tempo de transição muda a perspectiva de uma pessoa e ela experimentará.

Isso certamente não está garantido, mas pode acontecer. Ter discutido a terapia no passado vai impulsioná-lo quando chegar a hora.

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