Se preocupar faz parte da vida, né? Mas quando a preocupação não tem hora pra acabar, aparece por qualquer motivo e atrapalha sua rotina, aí o sinal vermelho acende. Isso é transtorno de ansiedade generalizada (TAG)
E o que fazer se você se identificou com isso?
- Não se culpe. Você não é fraco, mimado ou exagerado. Você está passando por algo que muita gente vive e nem sabe o nome;
- Procure um terapeuta, porque com ajuda certa, dá pra entender suas emoções, aprender a controlar os pensamentos e voltar a viver com mais leveza.
- Procure um psiquiatra, se for necessário, para ajudar com medicação.
Agora, por que continuar lendo este artigo até o fim? Porque aqui você vai:
- Descobrir os principais sinais do TAG de forma clara e sem enrolação.
- Entender quando a ansiedade vira problema de verdade.
- Conhecer exemplos práticos e situações do dia a dia.
- Aprender o que pode ser feito para lidar com tudo isso.
1. Persiste por mais de 6 meses
Se você anda preocupado com tudo, o tempo todo, e isso já dura mais de seis meses, então é hora de ligar o sinal de alerta: isso pode ser sinal de transtorno de ansiedade generalizada (TAG).
A preocupação não tira folga, aparece logo cedo e te acompanha até a hora de dormir. E não, não é só estresse do trabalho ou conta atrasada, é uma preocupação exagerada, que gruda na cabeça como chiclete no sapato.
Mas por que seis meses? Por que não uma semana, ou dois dias de nervoso já não bastam pra chamar de transtorno?
A resposta é simples: todo mundo se preocupa de vez em quando, mas no TAG essa preocupação vira rotina, se instala como hóspede fixo.
Segundo o DSM-5 e a CID-11, para ser TAG, a ansiedade precisa durar por pelo menos seis meses e estar presente na maioria dos dias. Ou seja, é mais do que uma fase ruim: é uma forma de estar no mundo, com o alarme emocional sempre disparado.
Quem tem TAG:
- Preocupa-se com saúde mesmo sem sintomas.
- Imagina acidentes antes mesmo de sair de casa.
- Tem medo constante de errar, mesmo sem motivos.
- Se preocupa com o futuro como se tivesse uma bola de cristal quebrada.
| Sinais de TAG | Sinais de estresse |
|---|---|
| Dura mais de 6 meses | Dura alguns dias ou semanas |
| Preocupação generalizada | Preocupação específica |
| Atrapalha a rotina | Passa com descanso ou férias |
| Vem sem motivo claro | Tem uma causa evidente |
E agora que você entendeu quando o tempo da preocupação começa a virar problema, vem comigo na próxima parte: como saber se a ansiedade está atrapalhando sua vida de verdade?
2. Interfere nas tarefas do dia a dia
Sim, a ansiedade atrapalha (e muito!) sua rotina diária.
Sabe aquelas tarefas simples, tipo ir ao mercado, pegar um ônibus, ou até responder uma mensagem? Quando alguém está com TAG, cada uma dessas coisas exige força, coragem e, muitas vezes, termina em frustração.
E por que isso acontece? Porque a mente de quem tem TAG está sempre no modo “e se…“. E se eu errar? E se rirem de mim? E se der tudo errado?
Esse excesso de pensamento catastrófico drena energia, causa tensão no corpo e faz a pessoa adiar, evitar ou até desistir de compromissos.
O problema não é o mundo lá fora, é o mundo dentro da cabeça, que transforma qualquer situação simples em uma tempestade mental.
Por isso, quando a ansiedade passa a impedir que a pessoa cuide da própria vida, isso deixa de ser normal e vira sinal de alerta.
| Comportamento | Efeito da ansiedade |
|---|---|
| Adiar decisões | Medo de consequências ruins |
| Evitar sair | Receio de passar vergonha |
| Ficar irritado | Cansaço de pensar demais |
| Sentir-se travado | Preocupação constante |
Essa interferência no dia a dia é um critério oficial de diagnóstico no DSM-5 e na CID-11. Os manuais não dizem só “você precisa estar ansioso“, mas sim: “essa ansiedade precisa causar sofrimento clínico significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida“.
Em alta entre os leitores:
Em outras palavras, se a ansiedade te impede de viver sua vida como antes, é sinal de transtorno.
E isso é algo que eu vejo sempre no consultório. Pessoas que travam na hora de viver, não porque querem, mas porque não conseguem lidar com a avalanche de pensamentos.
3. É difícil controlá-la
Sim, um dos sinais mais claros do TAG é quando a pessoa não consegue controlar suas preocupações, por mais que tente.
É como ter um pensamento grudado na cabeça que insiste em ficar repetindo coisas ruins, mesmo quando você sabe que aquilo não faz sentido. É uma falta real de controle sobre a própria mente, que começa a dominar a vida da pessoa.
Mas por que isso acontece? Porque o cérebro ansioso entra num ciclo automático: se preocupa, tenta não se preocupar, fracassa, se sente culpado, se preocupa mais ainda. É um looping mental que vai se alimentando da própria ansiedade.
O DSM-5 e a CID-11 são bem claros: um dos critérios para o diagnóstico de TAG é justamente essa dificuldade de controlar a preocupação, mesmo sabendo que ela é excessiva.
E no dia a dia, isso se mostra em coisas simples: a pessoa diz “eu sei que não vai acontecer nada, mas continuo nervosa como se fosse“. Isso esgota a energia mental e emocional.
Sinais de que o pensamento está desgovernado:
| Situação | Reação comum no TAG |
|---|---|
| Vai dormir | Fica ruminando problemas |
| Conversa com alguém | Só pensa no que pode dar errado |
| Recebe uma boa notícia | Imagina que algo ruim vai estragar |
| Tenta relaxar | Sente culpa por não estar resolvendo algo |
E se controlar a preocupação já é difícil, imagina quando o corpo começa a reagir com sintomas físicos?
4. Sintomas físicos acompanham a tensão mental.
Sim, a ansiedade não mora só na cabeça — ela também aparece no corpo, e com força!
Quem tem TAG não sofre apenas com pensamentos exagerados ou preocupações constantes, também sente:
- Tensão muscular;
- Falta de ar;
- Coração disparado;
- Suor nas mãos;
- Dor de barriga e;
- Insônia.
Ou seja, o corpo reage como se estivesse em perigo… mesmo quando não há perigo algum.
E isso tem explicação! O corpo humano funciona como um alarme: quando algo ameaça nossa segurança, ele dispara reações automáticas para lutar ou fugir.
Mas no TAG, esse alarme dispara sem motivo real. O cérebro interpreta situações normais como ameaçadoras, e o corpo responde com os famosos sintomas físicos da ansiedade.
O DSM-5 lista pelo menos três sintomas físicos como obrigatórios para o diagnóstico de TAG em adultos. Já a CID-11 também reconhece essas manifestações corporais como parte essencial do transtorno.
Os sintomas físicos mais comuns no TAG são:
- Tensão muscular, especialmente no pescoço e ombros;
- Dores de cabeça sem causa orgânica;
- Dificuldade para dormir ou sono superficial;
- Palpitações mesmo em repouso.
5. São excessivas e desproporcionais
Sim, no TAG as preocupações são muito maiores do que a situação exige. A pessoa sabe, no fundo, que está exagerando, mas não consegue evitar.
Preocupações com saúde, dinheiro, família, trabalho, futuro… tudo vira um motivo pra sofrer, mesmo quando está tudo sob controle. É como transformar um copo d’água em um tsunami emocional.
E isso não acontece uma vez ou outra. É frequente, cansativo e acaba atrapalhando a vida da pessoa de forma séria.
E por que essa desproporção é tão importante? Porque ela ajuda a diferenciar o que é uma ansiedade normal de uma ansiedade patológica.
Todo mundo se preocupa de vez em quando. Mas quem tem TAG se preocupa com tudo, ao mesmo tempo e por tempo demais. E, pior, essas preocupações são quase sempre fora da realidade.
Por exemplo: uma pessoa pode ficar dias angustiada porque acha que vai ser demitida por ter chegado 5 minutos atrasada< mesmo que o chefe nem tenha notado.
Comparando níveis de preocupação:
| Situação | Preocupação Normal | Preocupação no TAG |
|---|---|---|
| Esquecer um compromisso | “Tudo bem, acontece.“ | “Sou um desastre, vão me odiar.“ |
| Dor de cabeça leve | “Devo estar cansado.“ | “Será que é um tumor?“ |
| Fim de relacionamento | “Vai doer, mas passa.“ | “Nunca mais serei feliz.“ |
| Atraso no trabalho | “Preciso sair mais cedo.“ | “Vou ser demitido amanhã.“ |
Segundo o DSM-5 e a CID-11, essa desproporcionalidade é um critério central para o diagnóstico. Não é só o “quanto”, mas o “como” a pessoa se preocupa.
Perguntas frequentes
- O que é TAG?
É um transtorno que faz a pessoa se preocupar demais, quase o tempo todo, mesmo sem motivo claro. - TAG é diferente de nervosismo normal?
Sim! No TAG, a preocupação é exagerada, constante e atrapalha a rotina da pessoa. - Como saber se tenho TAG?
Se você se preocupa com tudo por mais de 6 meses e isso afeta sua vida, é bom procurar um especialista. - TAG tem cura?
Não tem uma cura definitiva, mas tem tratamento eficaz que melhora muito a qualidade de vida. - O que causa o TAG?
Geralmente é uma mistura de genética, experiências de vida e funcionamento do cérebro. - Quais são os sintomas físicos do TAG?
Cansaço, tensão muscular, dor de cabeça, insônia, coração acelerado, entre outros. - TAG dá em qualquer idade?
Sim, mas costuma começar na adolescência ou no início da vida adulta. - Preciso tomar remédio para TAG?
Em alguns casos, sim. Mas muitas vezes a psicoterapia já ajuda bastante. - Psicólogo ou psiquiatra: quem devo procurar?
Comece com um psicólogo. Se precisar de remédio, ele vai encaminhar para um psiquiatra. - O que acontece se eu não tratar o TAG?
A tendência é piorar com o tempo e causar outros problemas, como depressão ou isolamento. - TAG é sinal de fraqueza?
De jeito nenhum! É uma condição de saúde mental, como qualquer outra. - TAG pode afetar o corpo?
Sim! A mente ansiosa afeta o corpo com sintomas físicos reais. - A pessoa com TAG sabe que está exagerando?
Geralmente sim, mas não consegue evitar a preocupação mesmo assim. - TAG pode aparecer junto com outros transtornos?
Sim. É comum vir junto com depressão, pânico ou fobias. - O que posso fazer se acho que tenho TAG?
Procure um psicólogo. O primeiro passo é entender o que você está sentindo e buscar ajuda.
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