Por que o bipolar é refém de impulsos sexuais e busca prazer imediato?

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O bipolar busca prazer imediato porque, nas fases de mania, o cérebro ativa impulsos fortes, reduz o controle e aumenta o desejo por experiências intensas e recompensadoras.

Por que o bipolar é refém de impulsos sexuais e busca prazer imediato?

Porque, durante os episódios de mania ou hipomania, o cérebro da pessoa com transtorno bipolar entra em estado de excitação extrema. Nesse momento, ela sente um desejo intenso por prazer e novidades, sem conseguir frear os impulsos.

É como se uma urgência tomasse conta do corpo, levando a comportamentos como sexo impulsivo, flertes exagerados, busca de validação e sensação de invencibilidade. A busca por prazer não é vaidade, é sintoma.

Evidências científicas e relatos em primeira pessoa deixam claro que, quando o humor está elevado, o autocontrole diminui. O cérebro literalmente “desliga” o alerta de perigo e acende o farol da recompensa.

Para lidar com isso, o caminho é tratamento com acompanhamento profissional. Terapia com práticas baseada em evidências, uso correto de medicação estabilizadora de humor e suporte emocional fazem toda a diferença.

Controlar impulsos não é uma questão de força de vontade, é um processo de cuidado com a mente.

Quanto mais cedo a pessoa buscar ajuda, mais chances terá de recuperar o equilíbrio e proteger sua autoestima, seus vínculos e sua saúde sexual.

Ao ler este artigo até o fim, você vai:

  • Entender o que acontece no cérebro bipolar durante essas fases.
  • Identificar sinais de impulsividade sexual e comportamental.
  • Aprender formas de lidar com essas situações sem julgamentos.
  • Descobrir como ajudar alguém com esse tipo de comportamento.
  • Explorar uma linguagem simples, acolhedora e bem-humorada para um tema sério.

1. O humor muito alto faz a pessoa perder o controle

Quando uma pessoa com transtorno bipolar entra na fase de mania ou hipomania, ela pode ficar tão animada, tão “pra cima”, que perde a noção do que é certo ou errado.

Nesse estado, é como se o freio do carro tivesse quebrado: tudo parece possível, bonito, divertido.

E é aí que o desejo por prazer, inclusive o sexual, aparece como uma avalanche. A pessoa se sente invencível, charmosa, e acha que merece aproveitar ao máximo. Isso inclui sexo, compras, festas e tudo o que der na telha.

Na fase maníaca, o cérebro da pessoa está “ligado no 220”. O que antes exigia cautela, agora parece bobeira. Ela entende o prazer como uma recompensa imediata, e a euforia faz com que a pessoa ignore os riscos.

Ela pode até achar que está no controle mas, na prática, está sendo levada pela emoção, como uma pipa solta no vento. Os pensamentos correm rápido, o julgamento fica fraco e o desejo por novidade cresce sem freio.

Resultado? Atitudes impulsivas, sem pensar duas vezes.

  • Na fase maníaca, a autoestima do bipolar fica tão alta que ele acredita ser irresistível ou até famoso;
  • O cérebro libera mais dopamina, a substância do prazer;
  • É comum que a pessoa gaste muito dinheiro e tenha comportamentos sexuais arriscados;
  • Depois da euforia, vem a culpa e até depressão.

Agora que entendemos como o humor alto tira o controle, que tal ver o que acontece quando a pessoa começa a agir só por impulso?


2. Ela busca prazer para fugir da dor ou tristeza

Sim, muitas vezes, o prazer imediato é uma forma de escapar da dor interna.

Mesmo na fase de euforia, há um vazio por trás do brilho. O comportamento sexual impulsivo funciona como uma muleta emocional: uma forma de se distrair, anestesiar a tristeza ou calar sentimentos difíceis.

Quem vê de fora acha que é só desejo, mas, por dentro, a pessoa está tentando tapar buracos invisíveis.

Essa busca intensa por prazer funciona como um remédio rápido, só que com efeito colateral. Sexo, compras, comida ou drogas viram ferramentas de alívio, mesmo que só por alguns minutos.

A pessoa tenta preencher um vazio que não se resolve com prazer passageiro. É como tomar refrigerante quando está com sede de água: dá uma ilusão de saciedade, mas o corpo continua pedindo algo mais profundo.

  • Alguns bipolares relatam sentir um “vazio sem nome”, mesmo sorrindo.
  • Em consultório, muitos dizem que o sexo os faz esquecer, por um tempo, a dor.
  • Esse comportamento é confundido com vício, mas tem raiz emocional.
  • O prazer rápido vira um remendo em vez de um cuidado verdadeiro.

Estudos em terapia com práticas baseada em evidências mostram que comportamentos impulsivos, como o sexo compulsivo, estão ligados a estratégias de regulação emocional mal adaptadas.

A pessoa não busca só prazer. Ela busca alívio, distração, sentido. E faz isso do jeito que consegue no momento.


3. O cérebro fica mais agitado e quer mais prazer

Sim, o cérebro da pessoa com transtorno bipolar, na fase de euforia, funciona como uma máquina acelerada em busca de recompensa.

Ele solta mais dopamina, que é como o “doce” que o cérebro adora. E quanto mais dopamina circulando, mais a pessoa sente vontade de experimentar coisas que dão prazer.

Sexo, comida, bebida, compras, tudo parece irresistível. É como se o cérebro estivesse dizendo: “vai lá, vai ser bom, faz de novo!

Essa resposta se baseia no funcionamento do nosso sistema nervoso. A dopamina é um dos principais mensageiros do prazer do corpo.

Em pessoas com bipolaridade, esse sistema fica desregulado, principalmente na fase maníaca. Isso significa que o cérebro pede mais e mais estímulos, como se tivesse perdido o botão de “já deu”.

A excitação, o desejo e até a sensação de estar no controle são alimentados por essa química. E como o prazer imediato acalma a mente hiperativa, vira um ciclo difícil de quebrar.

Neuroquímica do prazerO que causa no bipolar
Dopamina em excessoMais vontade de fazer sexo
Estímulos prazerososViram necessidade constante
Falta de freio cerebralDificuldade de parar a tempo
Vício em novidadeMudança rápida de foco e interesse

Ao longo dos atendimentos, escuto frases como: “parecia que meu corpo me empurrava” ou “era como se eu tivesse tomado algo“. Isso não é só figura de linguagem, é o corpo falando mais alto que a mente.


4. Ela não percebe o perigo do que está fazendo

Na fase de mania, a pessoa com transtorno bipolar realmente não percebe que está se colocando em risco.

Para ela, tudo parece estar sob controle. Ela se sente poderosa, invencível, como se nada de ruim pudesse acontecer. Por isso, não vê problema em transar sem proteção, se expor nas redes sociais ou se envolver com pessoas perigosas.

A sensação é de liberdade total mas, na verdade, ela está num redemoinho emocional sem notar.

Isso acontece porque o cérebro, nesse estado, “desliga” os sinais de alerta. A parte racional, que nos ajuda a avaliar o que é certo, errado ou perigoso, fica meio adormecida.

Enquanto isso, a parte emocional está gritando: “vai! aproveita!“. A pessoa não tem consciência plena de seus atos, não porque quer agir errado, mas porque está num estado em que o juízo crítico está afetado.

E o pior: quando a fase passa, ela costuma se sentir envergonhada ou até arrasada com o que fez.

Como o risco passa despercebido:

Fase maníacaConsequência real
Acha que está no controleSe envolve com desconhecidos
Sente-se mais atraente que nuncaExposição em redes ou locais perigosos
Ignora avisos dos outrosBrigas, rejeição ou até violência
Decide tudo no impulsoArrependimento profundo depois

Estudos mostram que a atividade do córtex pré-frontal, parte responsável pela avaliação e tomada de decisão, diminui nesses episódios.


5. Ela não faz isso porque quer ser assim

É muito importante entender que a pessoa bipolar não escolhe agir dessa forma só porque quer.

Ela não acorda um dia dizendo: “hoje vou ser impulsiva, me expor e correr riscos“. Não é questão de caráter, de vontade fraca ou de safadeza, como algumas pessoas ainda dizem por aí.

O que está por trás dessas atitudes é um transtorno sério, que mexe com o humor, os pensamentos, o corpo e até com a identidade da pessoa.

Quando o transtorno está descompensado, a mente da pessoa não funciona como de costume. Ela se sente dominada por emoções muito intensas, pensamentos rápidos, vontades incontroláveis.

Isso não é desculpa, mas é explicação. A diferença é enorme. Uma coisa é agir mal por escolha. Outra é agir sem perceber que está fora de si.

Quem convive com a bipolaridade sabe o quanto é sofrido lidar com os efeitos depois: culpa, vergonha, relacionamentos quebrados. Por isso, acolher, tratar e compreender é fundamental.

  • Muitas pessoas com bipolaridade se arrependem profundamente depois dos impulsos.
  • Não é um problema de falta de vergonha, mas de saúde mental.
  • Quem busca tratamento controla esses impulsos.
  • Apoio e escuta valem muito mais do que julgamento.

Portanto, não é teatro, nem frescura. É um desequilíbrio real que exige cuidado. Terapia, medicação e apoio são os melhores caminhos para dar à pessoa as rédeas de volta da própria vida.


Perguntas frequentes

  1. Bipolar sente mais desejo sexual que outras pessoas?
    Nem sempre. Mas nas fases de mania, o desejo pode aumentar muito.
  2. Por que o bipolar se envolve com tanta gente?
    Porque na euforia ele sente uma necessidade forte de prazer imediato, sem pensar nas consequências.
  3. Isso quer dizer que ele é promíscuo?
    Não. Promiscuidade é um julgamento. O que acontece é impulsividade causada por um transtorno mental.
  4. A pessoa sabe o que está fazendo?
    Durante a fase maníaca, ela pode perder o senso de julgamento e agir sem consciência plena.
  5. Depois ela se arrepende?
    Muitas vezes sim. A culpa e a vergonha podem vir com força na fase seguinte.
  6. Isso acontece só com adultos?
    Não. Adolescentes com bipolaridade também podem passar por isso, com comportamentos impulsivos.
  7. Sexo impulsivo é um sinal de bipolaridade?
    Pode ser, mas não é o único. Só um profissional pode fazer o diagnóstico certo.
  8. É possível controlar esses impulsos?
    Sim. Com tratamento adequado, muita gente aprende a lidar melhor com esses impulsos.
  9. Quem ama uma pessoa bipolar deve aceitar tudo?
    Não. Amor não é aceitar abuso ou desrespeito. Mas entender o transtorno ajuda muito.
  10. Traição pode fazer parte da doença?
    Pode ocorrer na fase maníaca, mas isso não significa que a pessoa não deva se responsabilizar.
  11. Tem cura?
    Não existe cura, mas há tratamento que ajuda a estabilizar o humor e evitar recaídas.
  12. A medicação ajuda a reduzir a impulsividade?
    Sim. Estabilizadores de humor e outros remédios ajudam bastante quando bem indicados.
  13. Terapia funciona para controlar esses comportamentos?
    Funciona sim. A psicoterapia ajuda a entender os gatilhos e desenvolver autocontrole.
  14. A bipolaridade é usada como desculpa?
    Infelizmente, às vezes sim. Mas na maioria dos casos, é sofrimento real, não manipulação.
  15. O que eu faço se estiver vivendo isso?
    Busque ajuda profissional. Tratar a saúde mental é um ato de coragem, não de fraqueza.

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