Nós, humanos, somos criaturas de comparação. Isso significa que gostamos de nos comparar com os outros. Essa característica evoluiu como uma ferramenta para nos encaixarmos na hierarquia social das culturas que habitamos.
Plataformas de redes sociais, por exemplo, nos bombardeiam com postagens sobre o que nos falta. Esses aplicativos são armadilhas de comparação que nos incentivam a questionar aspectos de nossas próprias vidas. Vemos seus melhores momentos, mas não costumamos presenciar suas lutas.
Independentemente das razões, a comparação social desempenha um papel significativo em como nos vemos, avaliamos a nós mesmos e interagimos com o mundo.
Quantas vezes você já se comparou com seus amigos ou colegas usando uma característica que considera desejável, por exemplo, dinheiro ou sucesso? Na literatura, essa comparação é conhecida como comparação social.
Ela compreende os processos pelos quais os indivíduos avaliam suas próprias:
- Habilidades;
- Opiniões;
- Atitudes;
- Sentimentos;
- Características físicas;
- Realizações ou;
- Quaisquer outros aspectos pessoais relacionados a outros indivíduos e/ou grupos.
O impacto da comparação social depende de dois fatores:
- Quão intimamente a comparação está ligada à autoestima das pessoas e;
- Quanto controle percebido as pessoas sentem sobre o próprio status em relação aquelas que estão se comparando.
É melhor se comparar com os mais ou menos afortunados?
As pessoas geralmente se envolvem em comparações ascendentes ou descendentes. Nas comparações ascendentes nos comparamos com aqueles que acreditamos serem melhores do que nós de alguma forma, enquanto que nas comparações descendentes, fazemos o oposto.
Embora as comparações descendentes façam nos sentir melhor sobre nós mesmos, há alguns perigos, conforme a qualidade da nossa autoestima.
Para aqueles com: | Comparar-se com os menos afortunados: | Comparar-se com os mais afortunados: |
---|---|---|
Alta autoestima | Melhora os estados de humor | Fornece encorajamento e esperança |
Baixa autoestima | Reduz a autoavaliação e produz estados de humor diminuídos | Diminui o bem-estar subjetivo e leva a estados de humor negativos |
Antes e agora
Antigamente, nossa principal referência de comparação eram as comunidades locais, principalmente vizinhos e colegas de trabalho. Como nós estávamos próximos de pessoas semelhantes em termos de nível educacional, renda do trabalho e interesses compartilhados, a gama de diferenças era bem pequena.
Com o surgimento e desenvolvimento de revistas, jornais, televisão, filmes, rádio e outras mídias, tivemos vislumbres de outros grupos de comparação em potencial, mas eles eram vistos à distância, separados de nós, de modo a serem menos impressionáveis.
Como tal, o impacto que essas comparações tiveram em nossa identidade, autoestima e hierarquia social foi relativamente mínimo. Porém, com a invenção da internet, os pontos de comparação se expandiram exponencialmente. Agora, podemos nos comparar com qualquer pessoa no mundo.
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Assim, ficamos estamos expostos a grupos que são drasticamente diferentes em termos de riqueza, status, poder, celebridade e aparência física. O que nas gerações anteriores era uma pequena lacuna entre as comparações, hoje tornou-se um enorme abismo de diferenças.
Como ela afeta sua vida?
Muita comparação leva à infelicidade e baixa autoestima Ficamos frustrados conosco mesmos por “não sermos bons o suficiente”, ou irritados com os outros. Alguns exemplos de comparações da vida real são
- Você vê outra mulher andando pela rua e pensa: “Eu gostaria de ser tão bonita quanto ela.”;
- Você vê uma celebridade postando nas redes sociais sobre o treino e diz a si mesmo: “Se meu corpo fosse parecido com o dele.”;
- Um colega de trabalho está fazendo uma apresentação e você não pode deixar de pensa: “Ele é muito melhor orador do que eu.”
Sentimentos de ciúme, a frustração e a desesperança surgem se as comparações continuarem. Se não forem abordados, a ansiedade crônica e a depressão podem resultar de tal comportamento.
Para evitar comparações, as pessoas podem procurar outras falhas para se sentirem melhor. Isso é tão doentio quanto se separar pelo que você não tem ou não parece.
Comparar-se com os outros é tóxico
Esse novo nível de comparação tem imensas implicações negativas para a vida psicológica e emocional. Quando tantas pessoas parecem ser tão bem-sucedidas, famosas, influentes e bonitas na internet, é difícil não se deixar influenciar na forma como nos vemos.
Quando estamos carentes, experimentamos uma série de emoções desagradáveis, doentias e que tornam a felicidade e o contentamento difíceis de experimentar. Nós passamos a sentir:
- Ciúmes e inveja do que os outros têm e do que nos falta;
- Frustração e impotência por nossa incapacidade de não ter o que eles têm;
- Amargura, ressentimento e raiva dos outros (mas na verdade de nós mesmos);
- Vergonha, culpa e humilhação por acreditar que há algo de errado conosco;
- Dor, tristeza e até desespero ao perceber que nunca teremos todas essas coisas maravilhosas que pensamos que tantas pessoas no mundo têm.
Como parar?
Para ficar menos vulnerável ao comparar-se com os outros, observe as pessoas ou eventos que motivam o comportamento. Aqui estão alguns passos para reduzir a quantidade de comparação que você faz com os outros:
- Aceite que a comparação social é natural no ser humano;
- Reconheça quando estiver se comparando com os outros;
- Descubra por que você está se comparando;
- Entenda como a comparação faz você se sentir;
- Aceite que continuar se comparando só irá prejudicá-lo;
- Pergunte a si mesmo se você tem uma autoestima alta ou baixa para entender melhor como a comparação social afeta você;
- Entenda que tendemos a comparar nossas qualidades inferiores com as melhores qualidades dos outros;
- Coloque as percepções menores que tem de si mesmo e as percepções mais admiráveis dos outros em uma perspectiva mais ampla de quem você e eles realmente são;
- Reconheça que você só vê o lado de fora de uma pessoa e tem pouco conhecimento de quem ela é por dentro;
- Aceite que somos todos seres imperfeitos, mas que ainda merecemos amor, respeito e apreciação;
- Concentre-se em seus pontos fortes;
- Concentre-se em seus objetivos e em como alcançá-los;
- Limite o uso das redes sociais;
- Se você se comparar com os outros, use-a como motivação;
- Mude seu foco para quem você quer ser e o que deseja realizar.
Citações inspiradoras
Aqui estão algumas sábias palavras de outras pessoas e que certamente ajudarão a despertar esse desejo de parar de comparar sua vida com a dos outros, bem como apreciar seu eu incrível um pouco mais:
- “Ninguém pode fazer você se sentir inferior sem o seu consentimento.” – Eleanor Rosevelt;
- “Pare de se comparar com outras pessoas: você é único. Somos todos diferentes e está tudo bem.” – Joyce Meyer;
- “Não quero que outras pessoas decidam o que eu sou. Quero decidir isso por mim mesmo.” – Emma Waston;
- “Hoje você é você, isso é mais verdadeiro do que verdadeiro. Não há ninguém vivo que seja você além de você.” – Dr. Seuss.
Palavras finais
Comparar-se com os outros não apenas desempenha um papel nos julgamentos que fazemos sobre nós mesmos, mas também na maneira como as pessoas se comportam. Existem muitas maneiras benéficas de desenvolver a autoestima e perseguir o sucesso, de modo que você sinta orgulho de si mesmo.
Cada um de nós nasceu em um conjunto único de circunstâncias, em um ambiente único, e nosso sucesso não é limitado pelas pessoas com quem nos comparamos. Em vez disso, devemos ser gratos pelo que alcançamos e gratos por podermos continuar a alcançar o que desejamos.
Ao se comparar com os outros, considere como ela influencia sua autoconfiança, motivação e atitude. Fique atento a sentimentos negativos como resultado desse processo.
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