O transtorno de déficit de atenção/hiperatividade segundo a CID 11

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Tempo de leitura: 18 minutos

Este artigo explica de forma clara e leve o que é TDAH segundo a CID-11, como diagnosticar corretamente e quais tratamentos realmente funcionam.

O transtorno de déficit de atenção e hiperatividade segundo a CID 11

Imagine um rádio com o volume sempre no máximo, mas sem botão de pausa. Agora pense que esse rádio está dentro da cabeça de uma criança (ou adulto!) que quer muito prestar atenção, mas simplesmente não consegue. É mais ou menos assim que o TDAH, ou Transtorno de déficit de atenção/hiperatividade, se apresenta.

A CID-11, que é um livro gigante usado por médicos e terapeutas do mundo todo, foi feita pela Organização mundial da saúde (OMS) para explicar e organizar todos os tipos de doenças, inclusive as da mente. A sigla CID significa “Classificação internacional de doenças“, e a versão 11 é a mais atual.

A CID-11 é usada em mais de 100 países! Ela serve como guia para saber o que está acontecendo com a saúde das pessoas, inclusive nas escolas e postos de saúde.

De acordo com a CID-11, o TDAH é um transtorno do neurodesenvolvimento. Isso quer dizer que ele começa na infância e está relacionado a como o cérebro da pessoa se desenvolve.

As principais características são:

  • Desatenção constante (aquela dificuldade de prestar atenção em detalhes ou de terminar tarefas);
  • Impulsividade (responder sem pensar ou interromper os outros);
  • Hiperatividade (estar sempre “a mil por hora“, se mexendo sem parar).

Essas características não são apenas coisa de criança arteira. Para ser TDAH de verdade, os sintomas têm que causar problemas de verdade: na escola, no trabalho, nos relacionamentos.

Na infância, ele parece bagunça e falta de foco. Na adolescência, vira inquietação e impulsos. Na vida adulta, a pessoa tem dificuldade em manter emprego ou seguir planos.

IdadeComo o TDAH aparece?
CriançasMexem-se muito, não param sentadas
AdolescentesFalam demais, esquecem compromissos
AdultosDificuldade com organização e foco

O que você vai aprender neste artigo:

  • O que é TDAH segundo a CID-11;
  • Quais são os sintomas mais importantes para o diagnóstico?
  • Os diferentes jeitos de o TDAH aparecer;
  • O que parece TDAH, mas não é?
  • Como os profissionais de saúde fazem o diagnóstico de verdade?
  • Como o TDAH impacta a vida da pessoa?
  • Quais tratamentos funcionam de verdade?
  • Por que a cultura e o ambiente fazem diferença no diagnóstico?
  • Como oferecer apoio e cuidado sem julgamentos?

Agora que você já entendeu o que é o TDAH segundo a CID-11, vamos descobrir quais são os sinais que ajudam a identificar esse transtorno com mais clareza. A próxima seção vai te mostrar os critérios diagnósticos usados pelos profissionais de saúde.


Critérios diagnósticos do TDAH na CID

Será que meu filho tem TDAH?“, “E se for só preguiça?“, “Eu também esqueço tudo, será que tenho isso?“. Essas perguntas aparecem muito no consultório. E para responder com segurança, os profissionais usam critérios diagnósticos, ou seja, regras que ajudam a identificar o transtorno com mais precisão.

A CID-11 trouxe uma explicação mais moderna e clara para o TDAH. Ela não fala mais em subtipos, como antes, mas sim em apresentações predominantes, que mudam com o tempo e com o ambiente da pessoa.

Para dar o diagnóstico, é preciso observar:

  1. Três grupos de sintomas: Desatenção (ex: se distrai fácil, esquece tarefas simples), impulsividade (ex: fala sem pensar, se mete em conversas), hiperatividade (ex: não para quieto, levanta o tempo todo).
  2. Por quanto tempo?: Os sintomas precisam durar no mínimo 6 meses.
  3. Desde quando?: Eles devem ter começado antes dos 12 anos de idade (mesmo que só tenham sido percebidos depois).
  4. Em mais de um lugar: Os sinais devem aparecer em pelo menos dois ambientes diferentes, como casa e escola, ou trabalho e vida social.
CategoriaExemplos
DesatençãoEsquece o que foi pedido, perde objetos, erra detalhes
HiperatividadeMexe braços/pernas sem parar, fala demais, se levanta sem motivo
ImpulsividadeInterrompe os outros, toma decisões sem pensar, age “no susto

O diagnóstico não depende só de uma conversa rápida. Profissionais usam entrevistas, testes, e até conversam com professores ou familiares para entender o quadro completo.

Importante: não existe exame de sangue ou raio-x que mostre TDAH. O diagnóstico é feito com base no comportamento e na história da pessoa.

     

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Você já aprendeu os critérios que a CID-11 usa para identificar o TDAH. Na próxima seção, vamos explorar os tipos de TDAH que aparecem nas pessoas e como eles se comportam em diferentes fases da vida.


Tipos de TDAH

Se você acha que toda pessoa com TDAH é agitada e bagunceira, já vamos começar desfazendo esse mito! Nem todo mundo com esse transtorno corre pelos cantos ou fala sem parar.

Na verdade, existem formas diferentes de o TDAH aparecer. A CID-11 entende que essas formas mudam com o tempo e até se misturar. Por isso, em vez de subtipos, agora falamos de apresentações predominantes.

Três jeitos diferentes de o TDAH se mostrar:

  1. Predominantemente desatento:
    • Parece que a cabeça “viaja” o tempo todo.
    • Vive esquecendo o que ia fazer.
    • Demora para terminar tarefas simples.
    • Dificuldade de manter o foco, principalmente em coisas chatas (como limpar o quarto ou copiar da lousa).
  2. Predominantemente hiperativo-impulsivo
    • Não para quieto, mexe mãos e pés o tempo todo.
    • Fala muito, interrompe os outros.
    • Age por impulso, sem pensar nas consequências.
  3. Apresentação combinada
    • Tem um pouco dos dois acima.
    • É o tipo mais comum em crianças e adolescentes.

Com o passar do tempo, a forma como o TDAH aparece muda. Uma criança super agitada vira um adulto mais “quieto“, mas ainda com dificuldade de foco e organização.

FaseCaracterísticas
InfânciaAgitação, dificuldade para seguir regras
AdolescênciaImpulsividade, problemas com horários
AdultosEsquecimentos, desorganização, distrações

Durante atendimentos, vejo crianças que parecem “voar no pensamento” e adultos que dizem: “Comecei dez projetos… e terminei nenhum.“. Esses relatos são comuns. O TDAH atrapalha a vida se não for entendido e tratado com cuidado.

Agora que você já entende os diferentes jeitos de o TDAH aparecer, vamos falar de algo muito importante: o que NÃO é TDAH e o que confunde o diagnóstico. Na próxima seção, vamos explorar os critérios de exclusão e como diferenciar TDAH de outros desafios.


Quando NÃO é TDAH? Critérios de exclusão da CID-11

Você já se pegou dizendo ou ouvindo alguém dizer: “Todo mundo tem um pouco de TDAH, né?“. Bem… não é bem assim! Muita gente se identifica com alguns sintomas, mas isso não quer dizer que tem o transtorno.

A CID-11 deixa claro que existem situações em que o diagnóstico de TDAH não deve ser feito. Isso é o que chamamos de critérios de exclusão.

O que parece TDAH, mas não é?

Antes de fechar o diagnóstico, o profissional de saúde precisa verificar outras possibilidades:

  1. Problemas emocionais passageiros: Luto, separação, mudanças bruscas… tudo isso deixa uma criança ou adulto distraído ou inquieto. Mas isso não é TDAH, e sim uma reação ao momento difícil.
  2. Ansiedade e depressão: Pessoas ansiosas se distraem fácil, pessoas deprimidas parecem desatentas e lentas, falta de estímulo ou excesso de cobrança.
  3. Problemas de sono ou alimentação: Dormir mal ou não se alimentar direito vai bagunçar o cérebro, e os comportamentos também!

A CID-11 recomenda que o diagnóstico não seja feito com base em um único momento, e que o comportamento da pessoa seja avaliado ao longo do tempo e em diferentes situações.

Tabela de comparação – TDAH vs Outras causas

ComportamentoPode ser TDAH?Ou pode ser…
Dificuldade de focoSimAnsiedade, tristeza, sono ruim
ImpulsividadeSimEstresse familiar ou bullying
Agitação constanteSimExcesso de açúcar ou má rotina
Fala sem pararSImEstilo pessoal ou ansiedade social

Para ter certeza do diagnóstico, os profissionais buscam descartar outras explicações. É como ser detetive da mente: tudo precisa ser analisado com cuidado, empatia e escuta ativa.

Agora que você já sabe o que pode confundir o diagnóstico de TDAH, que tal descobrir como os terapeutas e médicos fazem essa investigação na prática?


Como se descobre o TDAH? (avaliação passo a passo)

Imagine que o diagnóstico de TDAH é como montar um quebra-cabeça. Cada pecinha importa: a fala dos pais, os relatos da escola, o comportamento do dia a dia… e até o que a pessoa diz sobre si mesma.

A CID-11 orienta que o diagnóstico seja feito com base em evidências, ou seja, em informações bem observadas, testadas e comparadas com o que a ciência já sabe.

Etapas da avaliação clínica:

  1. Entrevista com os responsáveis (ou com o próprio paciente, se for adulto): O profissional faz perguntas sobre comportamento, rotina, escola, sono, alimentação e até o nascimento da criança.
  2. Escalas e questionários: São usados formulários simples, respondidos por pais, professores e até pela própria pessoa. Servem para mapear os sintomas mais comuns do TDAH.
  3. Observação clínica: O terapeuta ou psiquiatra observa diretamente como a pessoa se comporta durante a conversa, nas respostas e na interação.
  4. Avaliação em diferentes ambientes: É importante saber como a pessoa age na escola, em casa e em outros lugares. O TDAH só é confirmado se os sintomas aparecem em pelo menos dois desses contextos.

Ferramentas usadas na avaliação:

InstrumentoPara que serve?
SNAP-IVAvaliar desatenção, hiperatividade e impulsividade
Conners Rating ScaleObservar comportamento na escola e em casa
Entrevista clínicaEntender o histórico familiar e pessoal
WHODAS 2.0 (da OMS)Avaliar funcionamento e limitações diárias

Algumas escolas públicas já usam esses questionários em parceria com terapeutas do SUS ou da rede de educação! Isso ajuda muito no diagnóstico precoce e no encaminhamento certo.

O objetivo da avaliação não é rotular ninguém, mas entender o que está acontecendo e como ajudar de forma eficaz. Quando bem feito, o diagnóstico abre portas para o tratamento certo e para uma vida com mais equilíbrio.

Depois de tanta investigação, chegou a hora de entender o que o TDAH causa de verdade na vida das pessoas. Na próxima seção, vamos ver quais são os impactos do transtorno no dia a dia e o que esperar do futuro.


E na prática? O que o TDAH muda na vida

Você já deve ter escutado frases como: “Ele é inteligente, só não tem força de vontade.“, “Se quisesse, prestava atenção!“. Essas frases doem e são injustas. O TDAH não tem nada a ver com preguiça ou falta de esforço.

Segundo a CID-11, o TDAH afeta diretamente o funcionamento da pessoa, ou seja, como ela vive, aprende, trabalha e se relaciona.

Como o TDAH atrapalha no dia a dia?

  1. Na escola ou faculdade: Dificuldade para copiar da lousa, prestar atenção na aula ou fazer provas, notas abaixo do potencial real.
  2. No trabalho: Esquecimento de prazos, desorganização. Mudança frequente de emprego ou conflitos com chefes.
  3. Nos relacionamentos: Interrupções constantes, dificuldade de escutar o outro. Esquecimento de datas importantes ou falhas na comunicação.
  4. Na autoestima: Críticas repetidas desde cedo (“você não presta atenção!“, “você é bagunceiro!“). Isso gera vergonha, insegurança e tristeza profunda.

Muitos adultos só descobrem que têm TDAH depois de ver o diagnóstico nos filhos! A identificação tardia é comum, e o alívio, também.

E o futuro? Tem cura?

O TDAH não tem cura, mas tem manejo, isso quer dizer que com o tratamento certo, a vida melhora muito!

Com ou sem tratamento?Como fica a vida?
Sem tratamentoDesmotivação, frustração, problemas no trabalho
Com tratamentoMaior foco, relações mais leves, autoestima mais forte

Fatores que ajudam no prognóstico:

  • Apoio familiar e escolar
  • Diagnóstico precoce
  • Terapia psicológica e, em alguns casos, uso de medicação
  • Desenvolvimento de hábitos e rotinas

Agora que você entende o impacto do TDAH na vida real, que tal descobrir como tratá-lo de forma eficaz? Na próxima seção, vamos explorar as abordagens terapêuticas baseadas em evidências que ajudam pessoas com TDAH a viverem melhor.


Como tratar o TDAH? (Evidências que funcionam!)

Ok, já entendemos o que é o TDAH, como ele aparece e como bagunça a vida. Mas agora vem a parte mais esperançosa: sim, existe tratamento, e ele funciona!

A CID-11, junto com os estudos mais modernos, mostra que o tratamento ideal é aquele que combina várias estratégias. Ou seja, não existe “receita única“. É um “combo” que se ajusta à pessoa.

O que entra no tratamento?

  1. Terapia: a estrela aqui é a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC). Ela ajuda a organizar a rotina, lidar com frustrações, melhorar a concentração e o autocontrole e reduzir a impulsividade.
  2. Intervenção familiar e escolar: Pais e professores aprendem como lidar melhor com o comportamento da criança. Dá pra criar regras mais claras, reforçar o que ela faz bem, e evitar castigos inúteis.
  3. Medicamentos (em alguns casos): Ajudam a regular os níveis de dopamina e noradrenalina no cérebro. Não substituem a terapia: são aliados, não heróis solitários.
  4. Estratégias práticas do dia a dia: Listas de tarefas, lembretes no celular, ambientes com menos distrações, dividir tarefas grandes em partes pequenas

Tabela: O que funciona (segundo as evidências)

Tipo de TratamentoFunciona para…
Terapia Cognitivo-ComportamentalCriar hábitos, melhorar foco e organização
Treino de paisReduzir birras e conflitos em casa
MedicamentosAumentar atenção, reduzir hiperatividade
Apoio escolarAdaptação nas tarefas e acompanhamento

Nem todo mundo com TDAH precisa de remédio! E tem gente que só com terapia já consegue ótimos resultados. O segredo está na individualização do tratamento.

Agora que você conhece as opções de tratamento que realmente funcionam, talvez esteja se perguntando: “Tá… mas isso muda de país pra país? E nas diferentes culturas?“. Na próxima seção, vamos falar sobre algo muito importante: as influências culturais e sociais no diagnóstico e tratamento do TDAH.


Perfeito! Agora seguimos para a Seção 8 – Considerações culturais e sociais no diagnóstico do TDAH, trazendo uma visão mais ampla sobre como o contexto influencia tudo — até mesmo o jeito de perceber e tratar esse transtorno.


O que a cultura tem a ver com o TDAH?

Você sabia que o TDAH é visto de jeitos diferentes em cada canto do mundo? Pois é. O que é considerado problema em um lugar pode ser normal em outro.

Por isso, a CID-11 destaca a importância de considerar a cultura, o ambiente e até as crenças familiares antes de fechar o diagnóstico.

Cultura, contexto e comportamento

Nem toda agitação é TDAH. Nem todo esquecimento é transtorno. Às vezes, é só uma criança sendo… criança! Mas em outros casos, os sintomas são mesmo sérios, e o cuidado precisa vir sem julgamento.

Veja alguns exemplos:

  • Na cultura japonesa, meninos com TDAH são mais aceitos socialmente do que meninas.
  • Em comunidades rurais, os sintomas são ignorados como falta de educação.
  • Em famílias religiosas, o comportamento impulsivo é visto como desobediência espiritual.

Em alguns países africanos, o termo TDAH nem é usado. O comportamento é explicado por espíritos, crianças especiais ou mesmo energia vital demais.

Esse tipo de crença influencia diretamente se a pessoa vai buscar tratamento ou não.

E os preconceitos?

Infelizmente, muita gente ainda acredita que TDAH é: “Desculpa pra não estudar“, “Frescura“, “Falta de limite dos pais“. Esses estigmas afastam as pessoas da ajuda que precisam. Por isso, o diagnóstico só deve ser feito com escuta sensível, respeitando o modo de viver de cada família.

Tabela – Fatores sociais que impactam o diagnóstico

FatorEfeito possível
Baixa rendaDificuldade de acesso ao tratamento
Falta de informaçãoDemora no diagnóstico
Estigma socialVergonha de buscar ajuda
Diferenças culturaisInterpretação errada dos sintomas

O que podemos aprender?

Que TDAH não acontece num “vácuo“. Ele se expressa num corpo, numa casa, numa cultura. Ouvir e entender o mundo da pessoa é parte essencial do cuidado.


Perguntas frequentes

  1. O que é TDAH na CID-11?
    É um transtorno do neurodesenvolvimento que afeta a atenção, o controle dos impulsos e a atividade motora, começando geralmente na infância.
  2. Quais são os principais sintomas?
    Desatenção frequente, impulsividade (agir sem pensar) e hiperatividade (dificuldade de ficar parado ou calado).
  3. O TDAH é uma doença mental?
    Não. É um transtorno do desenvolvimento do cérebro, não um transtorno psiquiátrico grave como esquizofrenia ou psicose.
  4. Como a CID-11 classifica o TDAH?
    Como um transtorno do neurodesenvolvimento, que pode se apresentar com predomínio de desatenção, hiperatividade/impulsividade ou de forma combinada.
  5. Qual a idade de início dos sintomas?
    Antes dos 12 anos, mesmo que o diagnóstico só seja feito mais tarde.
  6. TDAH pode aparecer só na vida adulta?
    Não. Segundo a CID-11, ele começa na infância. Se os sintomas surgem só na fase adulta, é preciso investigar outras causas.
  7. Existe exame para diagnosticar o TDAH?
    Não existe exame físico ou de sangue. O diagnóstico é feito por entrevistas clínicas, questionários e observação do comportamento.
  8. Quem pode diagnosticar TDAH?
    Terapeutas, psiquiatras, neurologistas e pediatras com experiência em saúde mental e desenvolvimento infantil.
  9. O TDAH é igual em todo mundo?
    Não. Os sintomas e a intensidade variam com a idade, o ambiente, o gênero e até a cultura da pessoa.
  10. É possível confundir TDAH com outras condições?
    Sim! Ansiedade, depressão, estresse ou traumas podem parecer TDAH, mas têm causas e tratamentos diferentes.
  11. TDAH tem cura?
    Não tem cura, mas tem tratamento eficaz que melhora muito a qualidade de vida da pessoa.
  12. Qual o tratamento indicado pela CID-11?
    Combinação de psicoterapia (como TCC), orientação para pais/professores, adaptação de rotina e, em alguns casos, uso de medicamentos.
  13. Todo mundo com TDAH precisa de remédio?
    Não. Algumas pessoas se beneficiam apenas com terapia e mudanças de hábitos. O tratamento é individualizado.
  14. TDAH afeta só crianças?
    Não. O transtorno pode continuar na adolescência e vida adulta, mudando de forma e intensidade.
  15. TDAH pode trazer algo positivo?
    Sim! Muitas pessoas com TDAH têm criatividade intensa, raciocínio rápido e grande energia, desde que saibam canalizar isso bem.

Palavras finais

Ao longo deste artigo, caminhamos juntos para entender o que é o TDAH segundo a CID-11: um transtorno do neurodesenvolvimento que não é frescura nem falta de educação, mas sim uma condição real, que precisa ser reconhecida com respeito e acolhimento.

Vimos que ele se manifesta de formas diferentes: com mais desatenção, mais agitação, ou os dois juntos, e que o diagnóstico exige atenção a vários detalhes, inclusive ao ambiente e à cultura da pessoa.

Também exploramos como o TDAH afeta escola, trabalho, amizades e autoestima, e por isso o tratamento precisa ir além do remédio: terapia, apoio familiar, adaptação escolar e informação fazem toda a diferença.

Aprendemos que, quando tratado com base em evidências, o TDAH não impede ninguém de construir uma vida equilibrada e cheia de conquistas. Pelo contrário, abre caminhos de desenvolvimento.

Por fim, reforçamos que cada pessoa vive o TDAH de um jeito. E que a melhor forma de cuidar é escutar com empatia, observar com sensibilidade e agir com conhecimento. Com mais informação e menos julgamento, transformamos o modo como lidamos com esse transtorno, criando espaços mais compreensivos e oportunidades mais justas para todos.


Referências

  • AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais: DSM-5. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.
  • FISHER, Jane E.; O’DONOHUE, William T. (Orgs.). Practitioner’s Guide to Evidence-Based Psychotherapy. New York: Springer, 2006.
  • GLASZIOU, Paul; DEL MAR, Chris; SALISBURY, Janet. Evidence-Based Practice Workbook. 2. ed. Oxford: Blackwell Publishing, 2007.
  • INSTITUTO WALDEN4. Prática Psicológica Baseada em Evidências: definição e exemplos. Organização: MOREIRA, Márcio Borges; ARAÚJO, Teresa Salim de. 1. ed. Brasília: Editora Walden4, 2021.
  • ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. CID-11 – Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde: Guia de Referência. Versão 2024-01. Disponível em: https://icd.who.int. Acesso em: jul. 2025.
  • THE AUSTRALIAN PSYCHOLOGICAL SOCIETY. Evidence-Based Psychological Interventions in the Treatment of Mental Disorders: A Literature Review. 4. ed. Melbourne: APS, 2018.

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