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Indicação excessiva de psicoterapia: a cura que virou problema

Indicação excessiva de psicoterapia: a cura que vira problema

Indicação excessiva de psicoterapia? Psicólogos transformam vida comum em doença pra lucrar. Informe-se, critique e valorize sua força para superar desafios!


Sabe aquela história de que, pra qualquer probleminha na vida, a solução é fazer psicoterapia? Pois é, parece que tem muita gente por aí vendendo essa ideia como se fosse a solução para tudo. Mas será que é assim mesmo? Será que toda tristeza, toda briga de casal, todo estresse no trabalho precisa de um profissional cavucando sua cabeça e, claro, o seu bolso?

A verdade, nua e crua, é que nem sempre. E o pior: tem muito “profissional” que parece não saber, ou finge que não sabe, a diferença entre um perrengue normal do dia a dia e um problema sério de saúde mental que realmente precisa de tratamento.

O problema começa quando a psicoterapia vira uma espécie de “solução mágica” para qualquer tipo de desconforto. Você está triste porque perdeu o emprego? Terapia. Brigou com o namorado? Terapia. Seu filho não quer comer brócolis? Terapia para a criança e para você.

Parece piada, mas tem profissional que age exatamente assim, transformando a vida comum, com seus altos e baixos, numa lista interminável de “sintomas” e “transtornos” que, segundo eles, só a psicoterapia pode curar. E aí, o que era pra ser um recurso sério para casos específicos acaba virando um comércio, onde a sua angústia vira lucro.

O que mais incomoda é a falta de honestidade de alguns desses profissionais. Eles estudaram anos para entender a mente humana, deveriam ser os primeiros a saber que nem toda dificuldade é doença. Mas, na prática, muitos parecem ter esquecido o básico.

Confundem tristeza com depressão, preocupação normal com transtorno de ansiedade, timidez com fobia social. E com isso, vão empurrando sessões e mais sessões, fazendo a pessoa acreditar que tem um problema muito maior do que realmente tem. Isso não é só falta de competência, é falta de respeito com quem busca ajuda, muitas vezes num momento de fragilidade.

A pessoa chega procurando um alívio e sai com um diagnóstico duvidoso e a sensação de que é um poço de problemas.


Problemas da vida não são doença mental

Vamos falar a real: a vida não é um mar de rosas. Todo mundo passa por fases difíceis, momentos de tristeza, preocupação, raiva, frustração. Isso é ser humano, não é ser doente!

Mas parece que tem uma turma por aí que esqueceu dessa verdade básica. Ou pior: fingem que esqueceram porque isso é bom para o negócio deles.

Pense bem: se todo sentimento “ruim” fosse tratado como doença, estaríamos todos doentes o tempo todo! E é exatamente isso que alguns profissionais querem que você acredite.

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Eles pegam emoções normais, que todo mundo sente, e dão nomes complicados, fazem parecer que você tem um problema sério que só eles podem resolver. É como se um mecânico dissesse que seu carro precisa de um conserto caro só porque fez um barulhinho normal.

A diferença entre um problema comum da vida e uma doença mental de verdade é grande, e qualquer profissional com o mínimo de competência deveria saber disso.

Uma coisa é você ficar triste porque terminou um namoro – isso é normal e vai passar com o tempo. Outra coisa completamente diferente é uma depressão de verdade, onde a pessoa mal consegue levantar da cama por semanas, perde o interesse em tudo, não come direito, pensa em se machucar. Percebe a diferença?

O mesmo vale para a ansiedade. Todo mundo fica nervoso antes de uma entrevista de emprego ou de falar em público. Isso é o corpo se preparando para um desafio, não é doença!

Já um transtorno de ansiedade de verdade faz a pessoa ter ataques de pânico sem motivo aparente, viver em estado de alerta constante, ter medos tão intensos que impedem de fazer coisas básicas do dia a dia.

Mas aí vem o profissional despreparado (ou mal-intencionado) e mistura tudo no mesmo balaio. Ele ouve você dizer que está preocupado com as contas do mês e já solta: “Hmmm, isso parece um quadro de ansiedade que precisamos tratar“. Ou você conta que brigou feio com seu irmão e não está falando com ele, e o “especialista” já diagnostica: “Estou vendo sinais de trauma familiar que vão exigir um tratamento prolongado“.

E o pior é que muita gente cai nessa! Se esse profissional diz que você tem um problema, quem é você para discordar? É aí que mora o perigo. Porque alguns usam o conhecimento deles não para esclarecer, mas para confundir. Eles falam difícil de propósito, usam termos técnicos para impressionar, fazem você se sentir ignorante sobre sua própria vida e suas próprias emoções.

Alguns sinais claros de que um psicólogo pode estar exagerando:

  • Ele dá diagnósticos logo nas primeiras sessões;
  • Fala que você vai precisar de psicoterapia por muito tempo sem nem te conhecer direito;
  • Faz você se sentir pior depois das sessões;
  • Usa uma linguagem cheia de termos técnicos que você não entende ou;
  • Tenta te convencer que situações normais da vida são “sintomas” graves.

Por outro lado, têm muitos profissionais sérios, que sabem a diferença entre um problema comum e um transtorno mental, e que serão honestos com você. O problema é que os ruins acabam manchando a imagem de toda a profissão e, pior, podem fazer um estrago na vida de quem procura ajuda de boa fé.


Quando o psicólogo põe o lucro acima da sua saúde

Vamos ser sinceros: psicólogo também paga boleto. Eles têm contas pra pagar, aluguel do consultório, despesas como qualquer outra pessoa que trabalha. Até aí, tudo bem. O problema é quando a necessidade de ganhar dinheiro fala mais alto que a ética profissional, e o que era pra ser um cuidado com a saúde mental vira um puro e simples comércio.

Você sabia que pode agendar uma consulta comigo em poucos minutos?

Infelizmente, parece que tem muito profissional por aí mais preocupado em encher a agenda e garantir o faturamento do mês do que em realmente ajudar quem procura.

Você já parou pra pensar que, para um psicólogo que vive disso, cada paciente é um cliente? E quanto mais tempo esse “cliente” fica em tratamento, mais dinheiro entra? Pois é.

Essa lógica, que é normal em qualquer negócio, se torna perigosa quando aplicada à saúde. Porque, se o profissional não for muito honesto e não tiver um compromisso sério com o bem-estar do paciente, ele acabará “empurrando” psicoterapia sem necessidade, só pra garantir a renda.

Imagine a cena: você vai a um psicólogo por causa de um problema pontual, uma dificuldade que está te incomodando, mas que não é nada de outro mundo. Mas o que acontece muitas vezes? O psicólogo começa a ver “problemas profundos” onde não existem, a desenterrar “traumas de infância” que talvez nem sejam tão relevantes assim, a te convencer de que você precisa de um “processo longo de autoconhecimento“.

Outra tática comum de alguns psicólogos que visam o lucro é criar uma dependência no paciente. Em vez de te ajudar a desenvolver suas próprias ferramentas pra lidar com a vida, eles te fazem acreditar que você só consegue resolver seus problemas com a ajuda deles.

Eles se colocam como a única pessoa capaz de te entender, como o guru que tem todas as respostas. Com isso, você fica preso, com medo de largar a psicoterapia, achando que não vai dar conta sozinho. Isso é péssimo, porque tira sua autonomia, sua confiança em si mesmo. Um bom psicólogo faz o contrário: ele te fortalece pra que você não precise mais dele!

Então, como desconfiar se o seu psicólogo está mais interessado no seu dinheiro do que na sua melhora? Alguns sinais de alerta:

  • Pressão para continuar: se você fala em parar a psicoterapia e ele insiste muito que você precisa continuar, mesmo que você já se sinta bem melhor;
  • Sessões que parecem não levar a lugar nenhum: se as conversas são sempre as mesmas, se você não sente que está aprendendo nada de novo ou que está evoluindo;
  • Falta de clareza sobre os objetivos: se ele não explica direito o que vocês estão tratando, quais são as metas e quanto tempo mais ou menos vai durar;
  • Promessas exageradas: se ele promete curas milagrosas ou uma felicidade constante que não existe na vida real;
  • Foco excessivo em problemas: se ele parece mais interessado em encontrar novos “problemas” do que em te ajudar a focar nas suas qualidades e soluções.

Não tenha medo de questionar seu psicólogo. Pergunte sobre o tratamento, sobre os objetivos, sobre a previsão de alta. Se ele desconversar, ficar ofendido ou te tratar como se você não tivesse o direito de saber, desconfie.

Lembre-se: a psicoterapia é um serviço que você está pagando, e você tem o direito de saber exatamente o que está acontecendo e se aquilo está realmente te fazendo bem. Procurar uma segunda opinião também é uma boa ideia se você não estiver se sentindo seguro.

É triste ter que falar sobre isso, porque a psicologia é uma área importante e tem profissionais maravilhosos. Mas, como em toda profissão, existem aqueles que não agem com honestidade.


Coisas normais que psicólogos Insistem em tratar

Agora quero entrar no ponto principal: aquelas situações do dia a dia, os perrengues que todo mundo passa, mas que muito psicólogo por aí adora transformar num problemão que “precisa de terapia urgente”.

É aqui que a gente vê a má vontade, a falta de preparo ou a esperteza de alguns profissionais que querem te convencer de que você não dá conta da sua própria vida sem a ajuda deles.

Mas a verdade é que, na maioria das vezes, você não só dá conta, como também sai mais forte dessas situações usando seus próprios recursos, sua família, seus amigos e, principalmente, seu bom senso.

Veja algumas dessas situações e como alguns tentam te enrolar:

Luto recente, dentro do esperado

O que é normal: Perder alguém que a gente ama, seja um parente, um amigo ou até um bicho de estimação, dói pra caramba. Terminar um namoro longo também. É normal chorar, sentir saudade, ficar desanimado, não ter vontade de fazer nada por um tempo. Isso se chama luto. É um processo, leva tempo, e cada um sente de um jeito.

O que o mau psicólogo faz: Ele pega essa sua tristeza normal e já quer chamar de “depressão pós-luto” ou “luto complicado”. Diz que você precisa de muitas sessões para “elaborar essa perda”, senão você nunca mais vai ser feliz. Ele te assusta, dizendo que se você não tratar, isso vai virar uma bola de neve.

Como você pode lidar: A verdade é que o luto, na maioria das vezes, não precisa de psicoterapia. Precisa de tempo, de desabafar com amigos, de chorar o que tiver que chorar, de lembrar das coisas boas. Claro, se passar muito tempo (muitos meses, um ano) e você continuar muito mal, sem conseguir voltar pra vida, aí sim pode ser o caso de procurar ajuda.

Estresse pontual e previsível

O que é normal: Ficar pilhado, ansioso, dormir mal na véspera de uma prova importante, ou quando tem que entregar um trabalho com prazo estourando, é super normal. É o seu corpo e sua mente se preparando para um desafio.

O que o mau psicólogo faz: Ele transforma esse estresse comum em “Transtorno de Ansiedade Generalizada” ou “Síndrome de Burnout” (mesmo que você só esteja estressado por uma semana). Ele vai dizer que você não tem “ferramentas emocionais” para lidar com a pressão e que precisa de terapia para “aprender a gerenciar o estresse”.

Como você pode lidar: Geralmente, esse tipo de estresse passa assim que a situação se resolve. Você faz a prova, entrega o trabalho, e o alívio vem. Organizar seu tempo, respirar fundo, tomar um chá antes de dormir, conversar com alguém que está passando pela mesma coisa ajuda muito.

Dificuldades leves de sono quando a rotina muda

O que é normal: Começou num emprego novo com horário diferente? Viajou pra um lugar com fuso horário maluco? Chegou um bebê em casa e suas noites viraram dia? É claro que seu sono vai ficar bagunçado por um tempo! Demora um pouco pro corpo se acostumar.

O que o mau psicólogo faz: Ele já quer te dar um diagnóstico de “insônia crônica” e te enfiar numa psicoterapia específica para sono, dizendo que seus “ciclos circadianos estão desregulados” e que só um tratamento complexo resolve.

Como você pode lidar: Na maioria das vezes, o sono volta ao normal sozinho, conforme você se adapta à nova rotina. Coisas simples como evitar café à noite, tentar relaxar antes de deitar, manter o quarto escuro, já ajudam.

Frases de desmotivação passageira

O que é normal: Acordar meio pra baixo de vez em quando, reclamar da segunda-feira, sentir um desânimo passageiro… quem nunca? Isso não quer dizer que você está deprimido.

O que o mau psicólogo faz: Ele pega essas frases soltas e já começa a procurar “sintomas de depressão leve” ou “distimia”. Vai dizer que essa “negatividade” pode ser um sinal de algo mais sério e que é melhor “investigar a fundo” com terapia.

Como você pode lidar: Muitas vezes, essa desmotivação passa com uma boa noite de sono, uma conversa com um amigo, fazendo algo que você gosta. É só um dia ruim. Mas o psicólogo caça-problema vai querer transformar essa marolinha numa tempestade, insistindo que você precisa “trabalhar sua visão de mundo” e “reestruturar seus pensamentos negativos” em sessões semanais.

Conflito específico num relacionamento

O que é normal: Briga de casal, discussão com a mãe, desentendimento com um amigo. Nenhum relacionamento é perfeito. Se o relacionamento é bom na maior parte do tempo, com respeito e carinho, uma briga aqui e outra ali faz parte.

O que o mau psicólogo faz: Se você conta de uma briga feia, ele já quer te colocar numa terapia de casal (mesmo que o parceiro não queira ou não precise), ou diz que você tem “padrões disfuncionais de relacionamento” que vêm da sua infância e precisam de anos de análise.

Como você pode lidar: Casais e amigos que se gostam geralmente conseguem conversar, pedir desculpas, fazer as pazes. Isso é maturidade. Mas o psicólogo que quer faturar vai dizer que vocês não têm “habilidades de comunicação” e que só a psicoterapia pode “salvar o relacionamento” ou “curar suas feridas emocionais” para que você possa ter relações saudáveis.

Ansiedade moderada e normal antes de um evento

O que é normal: Sentir um frio na barriga, uma certa tensão antes de fazer algo importante ou que te expõe, é super normal. É a adrenalina te preparando.

O que o mau psicólogo faz: Ele chama isso de “ansiedade social” ou “medo paralisante” e já sugere um tratamento para “superar seus bloqueios”, mesmo que você consiga fazer a apresentação ou a entrevista, ainda que nervoso.

Como você pode lidar: Respirar fundo, se preparar bem para o evento, pensar positivo ajuda. E depois que passa, vem o alívio. Mas o psicólogo insistente vai te dizer que essa ansiedade “limita seu potencial” e que você precisa de psicoterapia para se tornar uma pessoa “totalmente confiante e sem medos”, o que, convenhamos, não existe.

Curiosidade sobre si mesmo, sem ter um problema real que te incomoda

O que é normal: Querer se conhecer melhor, entender porque você age de certa forma, é legal e saudável. Ler livros, conversar com pessoas, pensar sobre a vida ajuda nisso.

O que o mau psicólogo faz: Se você chega no consultório só por curiosidade, ele rapidinho vai encontrar algum “problema oculto”, alguma “questão mal resolvida” pra justificar a psicoterapia. Ele vai te convencer que todo mundo “precisa” de psicoterapia para o autoconhecimento.

Como você pode lidar: Autoconhecimento não precisa, necessariamente, de um psicoterapeuta pago. Existem mil formas de se conhecer. Mas o psicólogo que vê cifrão nos seus olhos vai dizer que só a psicoterapia oferece um “mergulho profundo e seguro” em si mesmo, como se outras formas fossem perigosas ou superficiais.

Decidir mudar hábitos de saúde

O que é normal: Querer emagrecer, ficar mais forte, parar de fumar. São decisões que exigem esforço e disciplina.

O que o mau psicólogo faz: Se você comenta que está com dificuldade de seguir a dieta, ele já quer tratar sua “relação com a comida”, sua “compulsão alimentar” (mesmo que você só tenha exagerado no fim de semana) ou sua “falta de força de vontade” como um problema psicológico profundo.

Como você pode lidar: Mudar hábitos é difícil mesmo. Procurar um nutricionista, um personal trainer, um grupo de apoio pode ajudar muito mais.

Problemas práticos de dinheiro ou com a justiça

O que é normal: Estar endividado, ter que resolver uma questão na justiça, lidar com um inventário. São coisas que dão dor de cabeça e preocupação.

O que o mau psicólogo faz: Ele vai dizer que seu estresse com esses problemas está te “afetando psicologicamente” e que você precisa de terapia para “lidar com a pressão” e “tomar decisões melhores”.

Como você pode lidar: Problema de dinheiro se resolve com organização financeira, renegociação de dívida, talvez um consultor financeiro. Problema na justiça, com advogado. Claro que isso tudo pode te deixar estressado, mas a solução não é psicoterapia, é resolver a questão prática.

Adaptação a uma nova cidade ou cultura

O que é normal: Mudar de cidade ou país é um baque. Sentir saudade de casa, estranhar os costumes, demorar pra fazer amigos novos faz parte.

O que o mau psicólogo faz: Ele chama isso de “estresse de aculturação” ou “dificuldade de adaptação patológica” e já quer te colocar em sessões para “facilitar sua transição” e “evitar um quadro depressivo”.

Como você pode lidar: Se você tem gente pra te apoiar, se você se esforça pra conhecer lugares e pessoas novas, aos poucos você se adapta. É um desafio, mas também uma chance de crescer. Mas, o psicólogo que não quer perder a chance vai pintar a situação como muito mais difícil do que é, insistindo que você precisa de um “suporte profissional” para não “sucumbir à solidão e ao isolamento”.

Percebe o padrão? Eles pegam situações normais, usam uns nomes difíceis pra assustar, e te convencem de que você é fraco demais pra lidar com isso sozinho. Não caia nessa!

Confie no seu taco, na sua rede de apoio e, principalmente, no seu bom senso. A vida é cheia de desafios, e a maioria deles não precisa de um terapeuta para ser superada.


Situação normalComo psicólogos insistem em tratar
1. Luto recente, dentro do esperadoChama de depressão pós-luto ou luto complicado; sugere longas sessões para elaborar a perda; assusta com prognósticos negativos se não tratar.
2. Estresse pontual e previsívelDiagnostica Transtorno de ansiedade generalizada” ou Síndrome de burnout; diz que falta ferramentas emocionais; sugere psicoterapia para aprender a gerenciar o estresse.
3. Dificuldades leves de sono com mudança de rotinaDiagnostica insônia crônica; sugere psicoterapia específica para sono; fala em ciclos circadianos desregulados e necessidade de reprogramar o cérebro.
4. Frases de desmotivação passageiraProcura sintomas de depressão leve ou distimia; sugere investigar negatividade com psicoterapia para reestruturar pensamentos negativos.
5. Conflito específico em relacionamento saudávelSugere terapia de casal desnecessariamente; diagnostica padrões disfuncionais de relacionamento da infância; diz que só psicoterapia pode salvar o relacionamento ou curar feridas.
6. Ansiedade situacional moderada e normalChama de ansiedade social ou medo paralisante; sugere tratamento para superar bloqueios; diz que a ansiedade limita seu potencial e que a psicoterapia trará confiança total.
7. Curiosidade sobre autoconhecimento (sem queixa)Encontra problema oculto ou questão mal resolvida para justificar psicoterapia; convence que todos precisam de psicoterapia para um mergulho profundo e seguro em si mesmo.
8. Mudança de hábitos de saúde bem definidosTrata dificuldades como problema na relação com a comida, compulsão alimentar ou falta de força de vontade como questão psicológica profunda; diz que a dificuldade é emocional.
9. Questões práticas financeiras ou jurídicasDiz que o estresse está afetando psicologicamente; sugere psicoterapia para lidar com a pressão e tomar decisões melhores; foca no sofrimento emocional em vez da solução prática.
10. Adaptação a nova cultura/cidade (com rede apoio)Chama de estresse de aculturação ou dificuldade de adaptação patológica; sugere sessões para facilitar transição e evitar quadro depressivo.

Como não ser enganado por um Psicólogo?

Beleza, já vimos que tem muito psicólogo por aí que mais atrapalha do que ajuda, querendo transformar qualquer coisinha em doença pra te prender na psicoterapia. Mas como é que a gente faz pra não cair nessa cilada? E, mais importante, como saber quando a psicoterapia é realmente necessária e faz a diferença na nossa vida?

É disso que vou escrever agora, com dicas bem diretas pra você ficar esperto e tomar as rédeas da sua saúde mental.

Primeiro, vamos aos sinais de alerta para você identificar um psicólogo que está mais interessado em te manter como paciente do que em te ajudar de verdade. Fique de olho se o profissional:

  1. Faz diagnósticos apressados: Mal te conheceu, trocou duas palavras e já vem com um nome de doença complicado pra você? Desconfie! Um bom profissional leva tempo para entender o que está acontecendo, faz muitas perguntas, investiga com calma antes de pensar em qualquer diagnóstico;
  2. Promete mundos e fundos: Se o psicólogo diz que a psicoterapia vai resolver TODOS os seus problemas, te transformar numa pessoa completamente diferente, te fazer feliz para sempre… fuja! Psicoterapia não é mágica. Ela ajuda muito, mas não faz milagre e nem te isenta dos perrengues da vida;
  3. Enrola pra falar de alta: Você pergunta quanto tempo mais ou menos vai durar o tratamento, ou quando você pode esperar uma melhora significativa, e ele desconversa, diz que “cada caso é um caso”, que “o processo é longo”? Psicólogo sério tem que ter uma ideia, mesmo que aproximada, dos objetivos e do tempo da psicoterapia. Se ele não quer falar sobre isso, pode ser que ele queira te segurar ali o máximo possível;
  4. Cria dependência: Em vez de te ensinar a lidar com seus problemas sozinho, ele te faz sentir que você precisa DELE pra tudo? Que só ele te entende? Isso é um péssimo sinal. O objetivo da psicoterapia é te dar autonomia, não te deixar dependente;
  5. Não aceita questionamentos: Se você pergunta alguma coisa sobre o tratamento, sobre as técnicas que ele usa, e ele fica ofendido, te trata como se você fosse burro ou não tivesse o direito de perguntar? Pula fora! A relação com o psicoterapeuta tem que ser de confiança e transparência;
  6. Fala mais dele do que de você: A sessão é sobre você, seus problemas, suas emoções. Se o psicólogo passa mais tempo falando da vida dele, das experiências dele, dos problemas dele, tem alguma coisa errada;
  7. Te julga ou te critica: O papel do psicólogo é te acolher e te ajudar a entender seus sentimentos e comportamentos, não te julgar, te dar bronca ou dizer o que é certo e errado na sua vida como se fosse seu pai ou sua mãe;
  8. Não respeita seus limites: Se ele te pressiona a falar de coisas que você não quer, ou te empurra para tomar decisões que você não está pronto para tomar.

Se você perceber vários desses sinais, não hesite em procurar uma segunda opinião. Você tem o direito de encontrar um profissional que realmente te ajude e te respeite.

Quando é que a psicoterapia é realmente necessária?

Apesar de todos os exageros que mencionei, a psicoterapia é uma ferramenta muito importante em algumas situações. Geralmente, ela é indicada quando:

  • O sofrimento é muito intenso e duradouro: Se você está sentindo uma tristeza profunda, uma ansiedade que te paralisa, uma raiva que te consome, e isso já dura semanas ou meses, atrapalhando sua vida de forma significativa;
  • Você não consegue lidar sozinho: Já tentou conversar com amigos, já tentou mudar algumas coisas na sua rotina, mas nada parece adiantar? A dor continua ali, forte, te impedindo de seguir em frente?
  • Sua vida está muito prejudicada: Seus problemas emocionais estão afetando seu trabalho, seus estudos, seus relacionamentos, sua saúde física? Você não consegue mais fazer as coisas que gostava, se isolou das pessoas, não vê mais graça em nada?
  • Você tem pensamentos de se machucar ou de machucar os outros: Isso é um sinal de alerta máximo! Precisa de ajuda profissional urgente;
  • Você passou por um trauma muito grande: Um acidente grave, um abuso, a perda violenta de alguém. Algumas experiências são tão pesadas que a gente precisa de ajuda especializada para conseguir processar e superar;
  • Você tem comportamentos que te prejudicam e não consegue mudar: Vícios, compulsões (por comida, compras, jogos), agressividade descontrolada. Se você se sente preso nesses padrões e não consegue sair sozinho.

Nesses casos, um bom psicoterapeuta, ético e competente, te ajudará a entender o que está acontecendo, a encontrar formas de aliviar seu sofrimento e a desenvolver ferramentas para lidar com seus problemas de uma maneira mais saudável. Ele não vai ter respostas prontas, mas vai te ajudar a encontrar as suas.

Confie em você e não tenha medo de perguntar!

A dica mais importante é: confie no seu taco! Você se conhece melhor do que ninguém. Se algo não está cheirando bem na relação com o psicólogo, se você não está se sentindo confortável ou se acha que ele está exagerando, fale!

Pergunte tudo o que você quiser saber sobre o tratamento. Um bom profissional vai te responder com clareza e respeito. E lembre-se: você não é obrigado a continuar uma psicoterapia que não está te fazendo bem. A decisão é sempre sua.

Procurar ajuda quando a gente precisa é um ato de coragem, não de fraqueza. Mas é fundamental saber escolher bem essa ajuda e não cair na mão de quem quer se aproveitar da sua dor. Fique esperto, se informe, confie na sua intuição. Sua saúde mental é preciosa demais para ser tratada de qualquer jeito.


Palavras finais: psicólogo não é dono da verdade

Chegamos ao fim da nossa conversa, e espero que ela tenha servido para acender uma luz de alerta e, principalmente, para te dar mais confiança em você mesmo.

Vamos resumir a bronca:

  1. Não dá pra aceitar que qualquer probleminha seja transformado em diagnóstico;
  2. Não dá pra engolir que psicólogo queira te prender em sessões intermináveis só pra garantir o leitinho das crianças dele e;
  3. Não dá pra permitir que tirem de você a sua capacidade de resolver seus próprios perrengues.

A vida é sua, as regras são suas, e psicólogo nenhum é guru ou dono da verdade para dizer como você deve viver ou sentir.

A maioria dos problemas que a gente enfrenta no dia a dia, uma tristeza por um fora, um estresse no trabalho, uma briga com amigo, a dificuldade de se adaptar a uma coisa nova, pode ser superada com seus próprios recursos.

Você tem sua inteligência, sua experiência de vida, seus amigos, sua família, sua fé (se tiver uma). Tudo isso é ferramenta poderosa pra lidar com os desafios. Não deixe que ninguém te convença de que você é um coitadinho incapaz que precisa de um “especialista” para cada passo que dá.

É claro, e faço questão de dizer isso várias vezes, que existem psicólogos bons, honestos, competentes, que realmente querem ajudar. E tem horas na vida que a gente precisa, sim, de uma ajuda profissional.

Quando a dor é muito grande, quando a gente se sente num buraco sem fundo, quando um problema emocional está atrapalhando tudo e a gente não consegue sair sozinho, aí sim um bom psicoterapeuta pode ser uma luz no fim do túnel. Mas essa tem que ser a exceção, não a regra!

Se um psicólogo te disser que você tem um problema sério, procure saber mais, peça explicações claras, numa linguagem que você entenda. Se desconfiar, procure uma segunda opinião. Não tenha medo de dizer “não” ou de interromper uma psicoterapia que você sente que não está te levando a lugar nenhum ou que está te fazendo mais mal do que bem.

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