A evitação é um fenômeno que aparece regularmente nas sessões de terapia, sendo uma estratégia de enfrentamento popular e que oferece vários benefícios aparentes.
Ela é uma forma de solução tentadora e aparentemente fácil, e nem nos ocorre a possibilidade de existir outras opções. Em algumas situações, ela é até a melhor coisa a se fazer, como evitar pessoas ou situações inseguras.
Mas, para aqueles que estão dispostos e querem considerar opções alternativas a evitação, então há algo neste artigo que será útil.
O que é comportamento evitativo?
Eu gostaria de limitar minha definição aqui ao comportamento de evitação, me abstendo de rótulos como “pessoa evitativa” ou “personalidade evitativa”. Rótulos esses que são autolimitantes e ameaçam ser negativamente autodefinidas.
Você está precisando de ajuda?
Com mais de 12 anos de experiência, já ajudei mais de 5000 pessoas a superarem algum tipo de sofrimento emocional.
O comportamento evitativo inclui:
- Ignorar situações que requerem atenção, esperando que elas “desapareçam”;
- Passividade ou agradar pessoas para evitar conflitos;
- Desviar a responsabilidade para outros ou situações externas;
- Desaparecer, sair de compromissos ou “dar um bolo” em alguém;
- Mentir para evitar consequências;
- Comprometer-se com algo e não seguir adiante;
- Restringir o contato ou situações sociais.
Onde o comportamento evitativo se manifesta?
Conforme observado anteriormente, o instinto de evitar é extremamente forte, principalmente quando:
- Nos sentimos ansiosos ou em pânico;
- Sentimo-nos ameaçados (diante de um perigo real ou imaginário);
- É tão habitual que já se consolidou como uma resposta automática;
- Estamos preocupados com as reações dos outros e acreditamos que evitar aliviará as tensões.
A evitação também nos apresenta algumas mensagens mentais ou cognitivas tentadoras. A evitação nos diz que:
- Nossos problemas desaparecem se ignorarmos a situação;
- Nossos problemas vão piorar se confessarmos ou assumirmos a responsabilidade;
- Teremos um ataque de pânico se fizermos o que precisa ser feito;
- Não podemos lidar com as coisas;
- As pessoas não vão gostar de nós se dissermos a verdade;
- Não gostamos da pessoa ou situação em que estamos;
- Preocupamo-nos que os outros nos julguem indevidamente (comum na ansiedade social);
- Nossa imagem ou reputação será manchada se formos verdadeiros;
- É muito mais fácil evitar;
- Já sofremos o suficiente e temos o direito de evitar depois de tudo que passamos;
- É problema dos outros e;
- Estamos em busca de vingança ou sendo passivo agressivo, e evitar nos ajudará a agredir outra pessoa.
Quando não recorrer ao comportamento evitativo?
É bastante contra-intuitivo ir contra a evitação, especialmente quando ela parece tão fácil e natural. Aqui estão algumas coisas a considerar:
Evitar piora as situações
- Evitar de ir trabalhar leva à demissão;
- Evitar pagar aluguel resultará em despejo;
- Evitar amizades ou relacionamentos leva as pessoas ao isolamento e solidão;
A evitação aumenta o conflito interpessoal
Evitamos situações ou pessoas com a esperança de que elas não percebam mas, infelizmente, pode acontecer o contrário.
Os outros podem reagir mais fortemente à evitação ou às consequências da evitação do que reagiriam se a situação fosse resolvida desde o início.
A evitação prejudica a reputação
A sua integridade e intenções serão questionadas por outras pessoas, gerando um problema. Principalmente em situações de emprego ou em relacionamentos em que a evitação viola a confiança.
A evitação corrói a autoestima e a confiança
A evitação carrega consigo uma mensagem implícita de que não somos capazes de enfrentar ou lidar com situações difíceis.
Desse modo, ao evitar, nunca conquistamos a perspectiva de que temos força para lidar com as coisas.
A evitação aumenta a ansiedade a longo prazo
Um dos aspectos mais tentadores da evitação é a gratificação imediata na diminuição da ansiedade.
Muitas vezes, no entanto, os efeitos são apenas temporários, pois passaremos a nos perguntar como uma situação não resolvida evoluirá, gerando mais temor das consequências.
Dicas para superar o comportamento evitativo
Ao se interessar em trilhar um novo caminho, e aprender a lidar diretamente com problemas ou situações difíceis, será normal sentir-se apreensivo.
Você está precisando de ajuda?
Com mais de 12 anos de experiência, já ajudei mais de 5000 pessoas a superarem algum tipo de sofrimento emocional.
Afinal, você está prestes a aumentar os níveis desagradáveis de estresse temporariamente! As dicas a seguir vão ajudar:
- Seja paciente, especialmente se a evitação for um hábito arraigado e uma estratégia de enfrentamento. Leva tempo para mudar comportamentos evitativos;
- Comece devagar, enfrentando pequenas coisas ou situações menos estressantes;
- Se algo puder ser feito rapidamente e não for uma grande fonte de estresse, faça-o imediatamente, de modo que as situações não se agravem ou piorem com o tempo;
- Diga a amigos de confiança ou familiares que você está tentando fazer mudanças, e que o apoio e paciência são apreciados;
- Ajuste suas expectativas. Mesmo que você sofra consequências negativas quando comparado à evasão total, ainda sairá na frente;
- Pratique estratégias de relaxamento antes de enfrentar desafios;
- Medite, pratique a atenção plena;
- Empregue estratégias de autocuidado, antes e depois de desafiar a si mesmo;
- Diversifique e reforce seu repertório de enfrentamento, principalmente se a ansiedade estiver alta;
Lembre-se da coragem necessária para enfrentar as coisas, e acredite nas mudanças positivas que advém desse enfrentamento.
Assim, haverá aumento da confiança, redução da ansiedade e melhora da autoestima ao longo do tempo!
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