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Gaslighting: quando alguém nega algo que aconteceu

Um homem praticando gaslighting contra sua parceira romântica

O gaslighting é um abuso psicológico comum, que acontece quando o relacionamento com uma pessoa desordenada sai da fase de “lua de mel” e se move para estágios de desvalorização/descarte.

Ele também é amplamente definido como o enfraquecimento intencional e repetido da percepção da realidade de uma pessoa. Um método de manipulação e controle comum nas personalidades psicopatológicas.

Sua principal característica é o crescente sentimento de que algo não está certo, um “errado” que se sente cada vez mais. Pode acontecer em qualquer relacionamento.

Portanto, a noção geral do gaslighting é quando alguém tenta minar a estabilidade psicológica e a sanidade de outra pessoa, questionando e manipulando deliberadamente sua percepção da realidade.

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Você sabe que algo aconteceu ou foi dito. No entanto, aquele que usa do gaslighting parece reivindicar, com total certeza e com uma cara totalmente séria, o oposto do que você sabe ser a verdade.

Ainda que isso aconteça uma única vez, é muito perturbador, pois a confiança na própria percepção da realidade está sendo contrariada ou minada.

Portanto, quando alguém está tentando negar algo que aconteceu, isso se chama gaslighting.

É uma forma de abuso muito perniciosa e prejudicial e, se continuar sem oposição, causa danos duradouros à autoconfiança, estabilidade e capacidade da vítima em tomar decisões no mundo.

Exemplos comuns de gaslighting

O gaslighting é pernicioso e assume muitas formas diferentes. Aqui estão mais alguns exemplos, tanto deste cenário de modelo geral quanto de outras formas:

  • Uma pessoa alegando que não disse certas coisas para você, quando você sabe que sim, ou vice-versa;
  • Alternativamente, uma pessoa aceita que fez ou disse algo, mas depois nega que há algo de errado, quando claramente há;
  • Opor-se incansavelmente à sua percepção das coisas, bem como sempre desafiá-las com “fatos alternativos” de uma forma penetrante e persistente e, com o tempo, enfraquecer sua confiança em seus próprios valores e pontos de vista;
  • Gaslighting também envolve a invalidação de suas emoções, incluindo raiva, angústia, mágoa, tornando-as inválidas e “bobas”. Pode ser uma zombaria geral e depreciação de reações emocionais compreensíveis ao comportamento tóxico;
  • Uma pessoa que nunca aceita a responsabilidade por uma transgressão clara e, em vez disso, transfere a culpa para você;
  • Patologizá-lo por sua reação raivosa ao gaslighting, com um tom paternalista e condescendente para menosprezá-lo e prejudicá-lo;
  • Questionamento de seus valores e qualidades de forma manipuladora e que joga com a culpa;
  • Reenquadramento constante (torção) e projeção de culpa em você por coisas que não são sua responsabilidade;
  • Provocar reações deliberadas e depois invalidá-la com frases como: “Nossa, olhe para você, está perdendo o controle”;
  • Em locais de trabalho o gaslighting pode ser multifacetado, de modo que quando você recorre a um gerente para obter suporte, ele também negam sua realidade ou o culpa injustamente.

Novamente, o gaslighting pode acontecer com amigos, familiares, parceiros, colegas de trabalho, gerentes ou amigos.

Mas, sempre que a correta percepção da realidade estiver sendo consistente e sistematicamente distorcida, o gaslighting estará ocorrendo.

Os narcisistas e psicopatas são os maiores adeptos do gaslighting. Eles fazem você se perguntar se está realmente em contato com a realidade.

O gaslighting é comum nos Transtornos de personalidade

O gaslighting pode ser praticado por qualquer pessoa, porém é mais comum em pessoas com Transtornos de personalidade.

Em geral, esses transtornos são caracterizados por:

  • Arrogância e grandiosidade;
  • Forte negação;
  • Tendência constante de manipular e explorar os outros para ganho pessoal;
  • Recusa em aceitar qualquer responsabilidade por irregularidades e, em vez disso, projetar a culpa nos outros.

Tudo isso significa que o gaslighting é uma ferramenta à qual as pessoas com Transtorno de personalidade recorrerão frequentemente, de modo a conseguir manipular e controlar os outros para seu próprio benefício.

Portanto, se você estiver vendo o gaslighting não apenas ocasionalmente, mas de forma implacável e generalizada em alguém em sua vida, é muito provável que esteja lidando com alguém com um Transtorno de personalidade.

Por que as pessoas usam o gaslighting?

Aqui estão alguns motivos comuns pela qual as pessoas fazer uso do gaslighting:

Controle

O narcisismo e psicopatia em geral, são marcados por uma fixação extrema de poder e controle.

Essas pessoas têm uma forte necessidade de dominar e controlar os outros, bem como subjugá-los à sua vontade, à sua percepção e à sua realidade.

Elas precisam dominar e controlar os outros, tanto psicológica quanto fisicamente, e o gaslighting é uma maneira de fazer isso.

Destrutividade

Em alguns psicopatas e sociopatas é possível encontrar uma destrutividade viciosa, em que há um desejo de literalmente destruir uma pessoa de dentro para fora, despojando-a de toda independência, dignidade e identidade e reduzindo-a a “nada” psicologicamente.

O gaslighting é uma importante tática usada a longo prazo para conseguir isso, corroendo implacavelmente o autorrespeito e a sanidade de uma pessoa, até que ela literalmente não saiba mais quem é.

Negação

Uma maneira alternativa de olhar para a personalidade narcisista é que ela se baseia na negação da realidade, e não na aceitação.

Portanto o gaslighting pode, às vezes, ser intencional e voluntário (especialmente quando feito sistematicamente ao longo do tempo).

Mas, também pode ser simplesmente um subproduto para lidar com uma personalidade patológica treinada para negar a realidade desde muito cedo, e de modo a evitar enfrentar traumas insuportáveis.

Portanto, o que poderíamos chamar de “gaslighting” é apenas um mecanismo de defesa de negação fortemente enraizado nos narcisistas, especialmente, onde eles não aceitam qualquer realidade ou percepção que mine sua grandiosa falsa auto-imagem.

Projeção

Este é um mecanismo de defesa pela qual uma pessoa “descarrega” coisas, atributos, impulsos e fatos sobre si mesma e de que não gosta nos outros.

Pessoas que não querem aceitar realidades desconfortáveis ​​sobre si mesmas as projetam nos outros, o que às vezes se manifesta como gaslighting.

Expressões como “Eu não estou fazendo X, você é que está fazendo.” é uma interação comum de alguém que está projetando uma realidade desconfortável em alguém.

Essa defesa é mais comum em pessoas tóxicas ou imaturas, que não estão acostumadas a se responsabilizar por irregularidades de sua parte.

Consequências comuns do gaslighting

Agora que apresentei uma visão geral sobre o quê e o porquê de alguém usar o gaslighting, quero apontar algumas consequências comuns naqueles que sofrem dessa forma de abuso:

  • As personalidades psicopatológicas geralmente aumentam o gaslighting ao longo do tempo, à medida que ganham mais e mais controle sobre a percepção da vítima, minando-a repetidamente e substituindo-a pela sua;
  • A vítima aceita a versão do abusador, pensando que é ela que deve estar “enlouquecendo” e entregando o poder ao agressor;
  • Durante e após o relacionamento, a vítima descobre que perdeu a capacidade de tomar simples decisões por conta própria. A confiança na sua própria percepção e capacidade de decidir estão despedaçadas;
  • O gaslighting a longo prazo destrói a capacidade de uma pessoa em se afirmar de forma saudável no mundo. Ela se torna mais submissa e co-dependente, entregando seu poder aos outros com mais facilidade e não tomando mais decisões por si mesma;
  • Especialmente nos locais de trabalho, o gaslighting corrói completamente a confiança na realização de tarefas simples. Isso leva a uma resposta de “congelamento”, onde o senso de competência e eficiência se perde, e a vítima não consegue mais realizar o trabalho como antes;
  • À medida que o gaslighting aumenta, a vítima fica cada vez mais angustiada com seus sentimentos, com mais raiva e ansiedade;
  • Há um aumento na ruminação mental, onde a vítima está constantemente revisando as interações em sua cabeça, ou repetindo o que gostaria de ter dito;
  • Em geral, uma pessoa que é mais ou menos calma e serena, ficará angustiada e perturbada após uma prolongada exposição ao gaslighting;
  • De maneira mais geral, a vítima se torna mais desconfiada, cautelosa e menos aberta às interações.

Se você já sentiu a necessidade de gravar uma conversa para reproduzi-la como prova ou para ter certeza de que ouviu direito, você está sendo enganado.

Como responder ao gaslighting?

Em termos mais amplos, quando o gaslighting se torna generalizado e implacável em um relacionamento, a melhor abordagem é se desvincular totalmente dele.

É importante notar que nem todas as diferenças de opinião/percepção se caracterizam como gaslighting. Se você, por exemplo, responder com “Desculpe, não vejo dessa forma” e a outra pessoa respeitar essa diferença de opinião, então não há gaslighting.

Um gaslighting genuíno exigirá que você se submeta à sua falsa visão do que aconteceu/não aconteceu. Os mais espertos fingem que respeitam seu espaço inicialmente mas, mais cedo ou mais tarde, começarão a desbastar você psicologicamente.

Aqui estão algumas dicas para lidar com o gaslighting nas relações pessoais:

  • Mantenha a calma quando uma pessoa estiver tentando provocar você. Ela quer que você perca o controle para usar isso como combustível para as campanhas de difamação;
  • Não perca tempo tentando argumentar, mostrando evidências, elaborando cronogramas, listas, fatos, tentando argumentar com sinceridade;
  • Não perca tempo apelando diligentemente para fatos/lógica/razão pois, novamente, ele é incapaz de processar a realidade ou não têm interesse em fazê-la;
  • Não se permita ficar cada vez mais exasperadas tentando conter o comportamento do gaslighter;
  • Aceite que as personalidades psicopatológicas se alimentam das reações emocionais dos outros e, portanto, querem que você o mantenha envolvido;
  • Se desvincule das interações com o gaslighter o mais rápido possível e evite também todas as interações futuras;
  • Não se envolva com nenhuma provocação/comentário. Retire-se da situação o mais rápido possível;
  • Se você está em um relacionamento romântico e perceber que o padrão de gaslighting já existe há muito tempo, termine o relacionamento o mais rápido possível;
  • Se você não puder sair do relacionamento imediatamente, reduza o contato ao mínimo até que você possa se afastar completamente.

Outros conselhos adicionais para lidar com gaslighting no local de trabalho:

  • Sempre documente todas as ocorrências de gaslighting, incluindo conversas/interações, reuniões, capturas de tela, e-mails, textos etc. Mantenha um registro claro e detalhado de todas as interações em que alguém tentou negar a sua realidade;
  • Mais uma vez, se desvincule das interações onde o gaslighting está ocorrendo, bem como minimize o contato com ele a longo prazo. Se for o seu gerente, procure uma transferência quando possível;
  • Ao decidir se deve encaminhar queixas/reclamações, avalie cuidadosamente a cultura da empresa. O gaslighter é um “caso isolado” ou a empresa está cheia dessas pessoas? A gerência é tão ruim ou pior? Você tem confiança de que as reclamações serão tratadas de forma justa?

Recuperando-se do gaslighting

Quanto dano o gaslighting causou a uma pessoa e, portanto, quanto trabalho é necessário para se recuperar, depende de quanto tempo está acontecendo.

Você está precisando de ajuda?

Com mais de 12 anos de experiência, já ajudei mais de 5000 pessoas a superarem algum tipo de sofrimento emocional.

Se você identificar e terminar relacionamentos logo no início, o dano provavelmente será muito menos grave.

No entanto, se o gaslighting vem acontecendo há meses ou anos, você provavelmente já perdeu contato com seus próprios sentimentos, opiniões, percepções e valores.

Portanto, será um longo processo recuperar sua assertividade e voltar a interagir com o mundo com confiança.


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