A contratransferência é um termo utilizado na Psicologia para descrever as experiências, opiniões, reações e emoções que um Psicólogo tem em relação à um paciente, perturbando a objetividade de suas intervenções.
Ela se manifesta de várias formas, e inclui sentimentos como amor, inveja, desespero e muitos outros.
Essas emoções são desencadeadas por várias razões, como a história pessoal do Psicólogo, a personalidade do paciente, a dinâmica da relação terapêutica e até mesmo eventos externos que ocorrem fora da terapia.
Além disso, a personalidade do paciente também influencia a contratransferência. Se um paciente é particularmente exigente ou crítico, isso pode desencadear sentimentos de frustração ou raiva no Psicólogo.
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Uma resposta emocional só será prejudicial para o relacionamento terapêutico se não for abordada e administrada adequadamente.
Portanto, compreender a diferença entre transferência e contratransferência é fundamental para saber como agir diante da situação.
Qual é a diferença entre transferência e contratransferência?
O termo “transferência” refere-se a um paciente desviando-se da autorrevelação tradicional, e projetando inconscientemente seus sentimentos no Psicólogo.
Por exemplo: suponha que um paciente tenha sentimentos de raiva relacionados à própria família. Nesse caso, esses sentimentos serão projetados no Psicólogo caso ele faça um comentário que lembre um membro da família.
A transferência ajuda o trabalho de um Psicólogo na medida em que ela aprofunda a compreensão de seu paciente, mas também pode se tornar um desafio.
Se ela se tornar grave, ou prejudicar a relação terapêutica, então não será uma facilitadora do tratamento.
A contratransferência difere da transferência porque é feita pelo terapeuta em vez do paciente, sob uma dinâmica de poder única.
A contratransferência também costuma ser inconsciente ou não intencional.
Os Psicólogos são treinados para fornecer atendimento ético, o que significa manter suas opiniões e preconceitos fora das sessões.
No entanto, se seus preconceitos ou respostas emocionais forem divulgados inconscientemente ao paciente, isso causará perturbações no tratamento.
Como funciona a contratransferência?
Em algumas situações, os Psicólogos permitem que suas experiências e sentimentos influenciem a forma como prestam cuidados, o que é conhecido como contratransferência.
Ela ocorre quando a reação de um Psicólogo envolve direcionar suas emoções para o paciente.
Um exemplo de contratransferência é quando o Psicólogo acredita que seu paciente tem uma personalidade semelhante a alguém de sua vida pessoal e, em resposta a esse pensamento, ele o trata como trataria essa pessoa.
Existem quatro tipos de contratransferência:
- Subjetiva: ocorre quando as experiências pessoais de um Psicólogo causam uma reação emocional em seu paciente;
- Objetiva: refere-se às emoções que um Psicólogo experimenta como reação aos comportamentos de um paciente;
- Positiva: normalmente ocorre quando o Psicólogo é excessivamente favorável ao paciente, tornando a relação mais pessoal, e divulgando mais do que deveria; e
- Negativa: quando o Psicólogo desaprova o paciente. Ele se torna excessivamente crítico, tentando puni-lo ou rejeitá-lo.
A contratransferência se torna uma violação ética se ela afetar a capacidade do Psicólogo em realizar seu atendimento com excelência.
Se o paciente está investindo tempo, dinheiro e energia em terapia, pode ser preocupante saber que a contratransferência impactará negativamente o processo.
Sinais de contratransferência
Quando o Psicólogo se encontra com seu paciente, podem haver sinais ou indicações de que ele está experimentando contratransferência.
Conhecer esses sinais ajuda a evitar os efeitos adversos da contratransferência. A seguir estão vários indicadores comuns:
- Ter uma atitude excessivamente crítica em relação ao paciente;
- Tornar-se excessivamente envolvido com a situação do paciente;
- Fornecer julgamentos fortes sobre situações e pessoas na vida do paciente, independentemente de suas próprias opiniões;
- Tornar-se prescritivo com conselhos em vez de permitir que o paciente chegue a decisões por conta própria;
- Passar a impressão de que querem “salvar” o paciente;
- Solicitar detalhes de vida que não são necessários para o processo terapêutico;
- Ficar chateado ou zangado com uma opinião ou crença que o paciente expressa;
- Falar sobre sua própria vida frequentemente e/ou;
- Fazer investidas sexuais.
Os desafios éticos da contratransferência
Embora seja desafiador para um Psicólogo permanecer objetivo em todas as situações, as diretrizes éticas não permitem que as experiências pessoais e emoções atrapalhem o processo terapêutico.
Quando sentimentos pessoais fazem com que um Psicólogo preste um atendimento ruim, isso afetará negativamente seu bem-estar mental.
Um paciente afetado por reações de contratransferência doentias vai levá-lo a tomar uma importante decisão baseado em orientação tendenciosa.
O trabalho de um Psicólogo é apoiar o paciente, sem julgamento ou que seus sentimentos atrapalhem.
Para gerenciar a contratransferência, o Psicólogo precisa trabalhar em sua própria autoconsciência e autoconhecimento, procurando compreender melhor seus próprios padrões emocionais e os gatilhos que desencadeiam o fenômeno.
Ele também pode se beneficiar da supervisão clínica, onde discute casos com outro profissional experiente e obtém uma perspectiva mais ampla.
Os Psicólogos passam por anos de supervisão clínica, enquanto aprimoram suas habilidades e aprendem a evitar situações como a contratransferência.
Ainda assim, a contratransferência pode acontecer. Portanto, saber reconhecê-la é crucial.
Como abordar a contratransferência?
O paciente tem algumas opções caso o Psicólogo mostre sinais de contratransferência.
Ele pode dizer que está desconfortável com o atendimento e explicar por que se sente assim. Nesse caso, pode acontecer o reconhecimento de que ambos estavam envolvidos numa relação de transferência e contratransferência.
Em resposta às preocupações do paciente, o Psicólogo aborda a situação de maneira útil e se oferece para alterar a abordagem.
Em casos mais graves, onde a contratransferência interfere na eficácia da terapia ou coloca o paciente em risco, o Psicólogo deve encaminhá-lo para outro profissional.
Isso é particularmente importante nos casos onde o Psicólogo experimenta sentimentos intensos, como amor ou atração sexual pelo paciente.
Se o Psicólogo negar a contratransferência, invalidar a experiência ou agir de maneira grosseira com o paciente, ele precisa terminar a relação terapêutica.
Mas, se o paciente decidir seguir em frente com o mesmo Psicólogo, precisará estabelecer limites firmes e que sejam respeitados.
Isso pode incluir não falar ou pedir detalhes excessivos sobre a vida pessoal e não fazer julgamentos durante as sessões.
Se o Psicólogo não aceitar esses limites, isso caracterizará um relacionamento doentio.
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Palavras finais
Um relacionamento saudável com o Psicólogo é a base para o sucesso de uma terapia.
Se a contratransferência, ou qualquer outra preocupação, estiver fazendo com que o paciente se sinta desconfortável com as sessões, então ele precisa resolver o problema ou mudar de Psicólogo.
Ter um espaço seguro para o tratamento é essencial à medida que o paciente avança sobre suas necessidades terapêuticas.
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